É preciso dizer, antes de mais nada, que assisti a este filme em condições muito desfavoráveis à obra. Parte porque eu nunca quis tê-lo revisto e parte porque eu não queria assistir a nada quando o fiz. Então foi uma sessão privada entre amigos querendo apenas rir de um filme ruim.
Tribo de nômades no ano 10000 antes de cristo é atacada e diversos de seus integrantes são capturados. Para salvá-los os três maiores guerreiros, Tic-tac, Delay e Karen, partem atrás dos inimigos desconhecidos. O filme é a jornada do herói que Roland Emmerich, diretor de Independence Day e O Dia Depois de Amanhã, quis fazer. Delay é o guerreiro zoado da tribo que vai virar o grande herói e mudará a história de seu povo.
É difícil citar todos os defeitos desse filme dado o número excessivo deles. Então vamos às qualidades. Primeiro, ele tem a Camila Belle, que é uma mulher muito bonita, então tem alguma coisa para admirar. Depois, deve-se falar dos efeitos especiais de ponta do ano de 2008, quando o filme foi lançado. Eles envelheceram um pouco, mas ainda são bacaninhas. E, por último, o filme é tão ruim que dá a volta e garante uma excelente sessão de piadas junto dos amigos.
Camila Belle. A brasileira é uma das poucas qualidades do filme.
A jornada do herói não acompanha um Luke Skywalker ou um Mad Max, mas um cara cujo nome é uma onomatopéia que passa dois terços do filme cometendo erro atrás de erro, igual a um pateta. Por conta dele, a caçada falha logo no primeiro conflito. Depois ele abandona o Teco-Teco ferido pra se deixar cair em uma armadilha. Quando ele finalmente reúne seguidores que servirão como seu exército, eles o aceitam como líder apenas por conta de uma profecia, e não por seus atos. Não é surpreendente quando ele finalmente enfrenta os vilões, os primeiros egípcios, que eu estivesse torcendo para os inimigos.
O roteiro, do próprio Emmerich com seu colaborador Harald Kloser, explica o desaparecimento do pai do Dilá com a frase “ele foi tentar resolver as coisas antes dos problemas chegarem”. Quais coisas ele foi resolver se ele sequer sabia quais seriam os problemas futuros? O filme não se dá ao trabalho de explicar.
Esse tal de Dilé quer casar com a mocinha, mas para fazer isso precisa matar um mamute em uma caçada específica. Daí, quando ele o faz, não pode aceitar porque não segurou uma corda em certo ponto e também porque não matou o bicho com as forças de seu braço. Mesmo que ele tenha matado usando de inteligência. A mocinha não se importa, só quer casar com ele e ponto. O filme sugere então que uma certa profecia do guerreiro que mudará o mundo não poderá ser concretizada, mas segue a história concretizando a profecia.
O chroma-key safado de diversas cenas causam vergonha. Piora nas cenas de ação mal conduzidas que contam com efeitos de slow-motion com quebra de frames e uma montagem que foi muito atrapalhada pelas péssimas escolhas de Emmerich para os enquadramentos.
Delilah e Toc-toc lideram seu exército de iludidos.
O ator principal, que interpreta o Delino, tem o carisma de uma porta. A Camila Belle é bela, mas estava melhor morrendo no começo do segundo Jurassic Park que neste filme inteiro como mocinha. De resto, só vale comentar o ator do Tico-Teco, que não é muito bom, mas desperta empatia e o ator do vilão com câncer na garganta, que se impõe muito bem.
Gostaria muito de um podtrash sobre esta bomba.
GERÔNIMOOOOOOOO…