Surpreendente, este A Nós a Liberdade se assemelha muito ao clássico de Charles Chaplin, Tempos Modernos. A maior surpresa, porém, talvez se encontre no fato de que o filme em inglês veio depois deste francês, e até foi processado. No entanto, são obras irmãs, mas quase opostas em termos de mensagem.
Aqui, Louis (Raymond Cordy) e Émile (Henri Marchand) são separados quando tentam fugir da prisão. O primeiro escapa e o segundo, não. Após aplicar um golpe, o fugitivo cria um império indústria de produção de fonógrafos. Depois da liberação, o outro o encontra após arranjar um emprego na fábrica. Os extremos opostos das situações dos dois cria situações de confrontos para ambos.
Principalmente porque o reencontro, apesar de tenso, faz com que os dois celebrem algo que foi tirado deles, a liberdade. Inclusive liberdade para que busquem objetivos novos de vida. Louis quer o dinheiro por meio de empreendedorismo, enquanto Émile quer amor por meio de uma secretária da fábrica.
No meio disso, o diretor e roteirista René Clair mistura, com imagens os conceitos de prisão no cárcere com prisão em empregos. As filas das fábricas se confundem com filas de prisioneiros. Tudo uma desculpa rica para um estilo de humor físico comum da época, fácil de se comparar a Harold Lloyd, Buster Keaton e ao próprio Chaplin.
No entanto, os ideais dos personagens se mantém a parte das conquistas e derrotas. A tão sonhada liberdade é maior e mais importante que os objetivos fugazes de ambos. A riqueza e o romance podem ser perdidos rapidamente, mas fica a alegria de estarem livres e encontrar razões para se divertir mesmo nos momentos mais sérios.
Por ter míseros 82 minutos, vale a pena assistir. Ainda mais em uma versão legendada, como a de baixo.
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