Mais um de Griffith. O último do diretor no livro para ser mais exato. Esse filme ficou reconhecido por ser o último em vários sentidos. Último melodrama épico do diretor, última parceria com as irmãs Gish. É triste quando um bom filme fica famoso por questões como essas e suas qualidades quase nunca são lembradas.
Como na maioria dos filmes de Griffith, a ideia é acompanhar algum tipo de evento histórico para refletir sobre conceitos que o diretor achava importantes. Duas órfãs que cresceram juntas viajam para Paris para realizar uma operação que pode curar uma delas. Mas assim que chegam à cidade, são separadas pelos conflitos que levaram à Revolução Francesa.
Griffith chega ao seu máximo de domínio da linguagem cinematográfica. A estrutura de roteiro é redonda e bastante adequada ao que se vê hoje em dia. Assim que o primeiro ato termina as duas protagonistas vão passando por seus infernos pessoais com o diretor alternando eventos positivos e negativos para as duas, brincando com a expectativa de quem assiste ao filme. Quando achamos que elas finalmente vão se reencontrar, algo vem e as separa.
O filme conta com enquadramentos inspiradíssimos e extremamente complexos se considerarmos a época e a tecnologia disponíveis. Em certa parte, a câmera acompanha um grupo dos revolucionários dançando nas ruas e o movimento cria uma imagem que impressiona pela complexidade.
A obra de Griffith retratada na lista dos 1001 filmes acaba por aqui. E até onde eu sei, também acabam as participações da Lilian Gish. O que é um pena, por mais difícil que seja assistir um filme mudo, ver seu belo rosto facilitava bastante. Então, em homenagem à sua última participação na lista, vou deixar essa imagem abaixo.
Para quem quer assistir ao filme. [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=3s-NYESDYv8]
FANTASTIC…