Finalmente aparece um filme do eterno Carlito nessa lista. Talvez o maior em termos de escala de Charles Chaplin, é também o que ele dizia ser a produção pela qual gostaria de ser lembrado. Inspirado em textos, lidos pelo diretor, sobre a vida de mineiros que buscavam fortuna e passavam fome em áreas montanhosas e repletas de gelo, talvez Em Busca do Ouro seja a obra mais experimental dele.
A razão para que ele conste na lista é justamente essa. Entre cenas elaboradas, como o momento em que Carlito e um colega tentam sobreviver a uma casa pendurada em um abismo, a história retrata o sofrimento real de pessoas que queriam mudar de vida. Mas esse é justamente o motivo pelo qual o filme não é um dos que mais agradou com o personagem clássico.
Chaplin fazia filmes divididos em esquetes cômicas que contam uma história fechada quando colocadas em ordem. Aqui, ele começa com uma sequência em que Carlito está preso em uma casa no meio de uma tempestade com outros dois homens e os três passam dias com frio e fome. Em meio ao humor de gags típico dele, é difícil rir da desgraça deles. Em certo ponto, desesperados de fome, ele comem os próprios sapatos. Parece absurdo e, por isso, cômico, mas é inspirado em fatos reais. Pessoas realmente comiam os sapatos naquelas condições.
O filme é conhecido pelas cenas clássicas em que Carlitos é confundido com um frango por um homem esfomeado e pela famosa cena em que dança com batatas. Ele pode ser visto em versão que foi dublada quando a tecnologia de áudio foi criada abaixo.