Haxan entra na lista dos 1001 Filmes por conta do valor histórico de linguagem que o fez popular através dos anos. O diretor Benjamin Christensen fez uma espécie de arquivo acadêmico em formato de cinema. O resultado confunde ao passar por cima de diversos gêneros. Arquivo acadêmico, documentário, horror, midnight movie. É tudo isso e nada disso ao mesmo tempo.
A ideia é retratar como são as culturas relacionadas às bruxas através da história. Para fazê-lo, Christensen usa de imagens históricas, maquetes e reconstituições. Algumas se entrecruzando com fatos reais. Ele busca confundir o espectador e fazer com que ele realmente acredite em algumas das coisas que ele mostra em cena.
Christensen faz uso da direção de fotografia com excelência. Melhor que a grande maioria dos filmes de terror atuais, a história de cada cena é contada pelo posicionamento de câmera, atores e objetos. Inclusive pelo tempo de enquadramentos. Em uma cena, ele deixa uma tortura ficar em tela por muito tempo porque quer causar incômodo prolongado. Diversas cenas de possessão influenciaram muitas coisas famosas mais tarde, como O Exorcista.
Além disso, o filme foi redescoberto na década de 1960 pelo movimento chamado midnight movies. Explicar essa leva seria complicado, portanto vou deixar para outro post, mas ainda posso dizer que o filme se encaixa no estilo. Para se adequar a um público mais moderno, ganhou uma narração feita por William S. Burroughs, que ficou muito famosa.
Tendo dito isto, preciso dizer que achei chato. Pode ser importante, bem realizado e tudo o mais, mas quase meia hora de imagens de arquivos simplesmente me colocaram pra baixo. Sem contar com o estilo episódico. No final, fica lento e cansativo, mesmo que impressione em momentos específicos.
Para quem quiser assistir ao filme, basta clicar no play abaixo. [youtube=https://www.youtube.com/watch?v=yXUt7elrCrs]
ALLONS-YYYYYYYYYY…