Outubro talvez seja a obra mais singular do diretor clássico Sergei Eisenstein. Artista em meio à União Soviética, ele foi o fundador mais importante do movimento Cinema Revolucionário Soviético, que tinha base principalmente na montagem complexa e rica em analogias.
Depois dos ótimos A Greve e Encouraçado Potenkim, Eisenstein ganhou reconhecimento internacional, o que rendeu a ele a honra de fazer um filme sobre a revolução soviética de 1917 no aniversário de dez anos do evento. Com dinheiro de sobra, ele encheu as ruas do país de figurantes e recriou cenas grandiosas, como a derrubada de uma estátua gigante ou um massacre em uma ponte.
O que este tem de diferente do resto da obra de Eisenstein é que trata-se do primeiro filme dele com protagonistas e antagonistas. Antes, a massa era quem conduzia as produções. Mas a história já se tornou famosa: o diretor perdeu aos poucos a vontade de fazer filmes sobre a revolução quando ele recebeu orientações por parte de Lenin. Uma das quais, colocar protagonistas nas produções.
Este também recebeu críticas na época por ter uma trama muito confusa, o que se mantém verdade até hoje. A sessão de menos de duas horas é difícil de passar porque os eventos são complexos demais. Especialmente com a montagem elaborada de Eisenstein. Em momentos ela beira a panfletagem fácil, em outros o que acontece na cena não faz sentido se o espectador não prestar atenção no que os cortes representam.
Enfim, talvez seja um dos mais difíceis de ver na lista dos 1001 filmes até o momento. Se quiser o desafio, assista abaixo. [youtube=https://www.youtube.com/watch?v=iyme-uwgrRw]