Uma beleza do cinema é que, com frequência, algum filme vai ser o primeiro da história de alguma forma. Nessa lista dos 1001 Filmes, já tivemos de tudo, até mesmo musicais. Mas um musical sobre entretenimento com números grandiosos voltados para a câmera, Rua 42 é o primeiro. Ao assistir, é fácil dizer os montes de coisas que são clichês. A questão é que, aqui, não era. Era o nascimento.
Como em todos os casos, clichês são coisas boas repetidas à exaustão. Por isso, os bastidores da peça musical Pretty Baby parecem tão familiares. O filme acompanha o diretor, que descobre que o trabalho pesado pode ser fatal, uma novata, a atriz principal que é casada com o patrocinador e o trai com um ator sem trabalho, e o ator principal que é carismático e conquista todo mundo. Nessa mistura do que viriam a se tornar estereótipos comuns, todas as reviravoltas são quase previsíveis.
Mas isso não impede o filme de ser envolvente. Principalmente pela coadjuvante Ruby Keeler, que rouba a cena como a cativante novata Peggy Sawyer. Ela não canta com potência, mas as cenas de dança e sapateado dela são de cair o queixo. Impossível não torcer por ela em cena.
Uma coisa interessante de Rua 42 é que o filme nunca assume um ou outro personagem como protagonista. O principal aqui é a peça teatral. E quando o filme chega ao clímax, na estreia, depois de todos os problemas, é triunfante ver a encenação dar certo. É quando o diretor Lloyd Bacon, mostra a desenvoltura com o musical e aos poucos faz com que os atores parem de apresentar para o público e passem a cantar e dançar para a câmera. É um espetáculo, e merece ser admirado por isso.
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