Da criação do cinema, em 1895, até a década de 1920, a evolução da linguagem da arte foi impressionante. Nos Estados Unidos, Griffith usou do teatro para criar estrutura de cinco atos. Na Alemanha, as direções de arte e fotografia foram exploradas para embasar uma melancolia que tomava o país. E, na União Soviética, cineastas experimentavam com edição para fazer obras panfletárias do socialismo.
Entre eles estava Dziga Vertov, que tentou fazer um documentário diferente. Sem uma história de ficção e sem correr atrás de contar algo real, usou sobreposição de imagens para criar uma reflexão contínua e passar uma mensagem. Se parece familiar, é porque você provavelmente assistiu a algo da trilogia Qatsi, que usava essa estética para refletir sobre a modernidade.
Aqui, Vertov busca enaltecer a vida em Moscou depois da revolução. Começa com o despertar da cidade, acompanha o cotidiano da população e fecha com mais essa imagem de propaganda soviética. Os cidadãos são retratados como heróis do cotidiano em uma montagem frenética e vertiginosa.
De tão acelerado, o filme é usado com frequência em experiências com músicas eletrônicas. E o melhor é que os cortes normalmente encaixam. O que é muito interessante para uma obra muda. Veja abaixo [youtube=https://www.youtube.com/watch?v=QZoddf7_GmQ]