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2019 – O Ano da Extinção

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Uma garota entre os dez e quinze anos escreve um bilhete enquanto percebe que o Sol vai nascer. Ela deixa o papel para trás e sai de casa. Enquanto o astro surge no horizonte, o texto dela é revelado: “Eu nunca vou mudar”. A luz da manhã a atinge no rosto e ela queima até a morte. Que início extraordinário para um filme de vampiros. Como uma cena pode ser enganadora.

Em 2009 (ano do lançamento da produção), os vampiros se revelaram e ofereceram para os humanos a chance de também serem convertidos para a formação de uma nova sociedade. Dez anos depois, o consumo de humanos exacerbado pode levar ao fim dos estoques da espécie. Edward Dalton (Hawke) trabalha na busca de um sangue sintético que servirá de substituto total para a fonte do líquido até descobrir um grupo de humanos com um segredo. Lionel Cormac (Dafoe) é um vampiro que foi “curado” e voltou a ser humano.

Existem dois tipos de filmes ruins: aqueles que são um problema de se ver e os que possuem um nível de ridículo que permite percebê-los praticamente como comédia. Como as pessoas costumam descrevê-los, filmes tão ruins que são bons. 2019 – O Ano da Extinção (título nacional adequado para a qualidade da produção) é um desses filmes.

Em entrevista, Ethan Hawke disse que aceitou fazer este Daybreakers (único título que vou usar daqui pra frente) porque queria um bom filme de vampiros depois de Crepúsculo. As semelhanças, entretanto, são surpreendentemente numerosas. Além de o protagonista se chamar Edward (ri muito disso), ele é um vampiro que se recusa a beber sangue humano por conta da consciência. Algo como certos vampiros vegetarianos…

126854Ei. Pelo menos eles queimam no Sol.

A verdade é que existe uma relação entre esse pretexto de estoques de humanos para alimentação com as ideologias vegetarianas e veganas. O fato de que eles estão no fim pode ser um analogia para o fim dos suprimentos no planeta Terra para a humanidade. Tudo isso seria muito interessante se não fosse o conflito principal. Agora que existe uma possibilidade de cura, como usar isso para fazer os vampiros voltar a ser humanos?

Entre imagens interessantes, como o momento em que os vampiros vão pegar o metrô e uma oscilação na luz permite ver apenas os olhos vermelhos no escuro, o filme se perde entre cenas mal dirigidas e contextos bizarros. Lionel descreve para Edward como foi transformado em humano. Ao mesmo tempo em que a ideia é até interessante, a apresentação e como ela é explorada leva a duas cenas acidentalmente hilárias. Acredite, nada é melhor que ver o Willem Dafoe voar enquanto grita de dor.

Uma delas, diga-se de passagem, é tão ruim, mal dirigida e tem conceito bizarro que acho que fiquei aproximadamente meia hora do filme sem prestar atenção. Foi tão ruim que meu cérebro parecia tentar encontrar lógica no mundo. Ela ocorre logo depois de uma perseguição de carro que merecia estar nas videocassetadas. É assim, em meio a ideias bobas que poderiam ser muito mais interessantes se bem realizadas, que Daybreakers não consegue passar de uma comédia que acredita ser um filme adulto e tenso.

Daybreakers3-lgOs personagens estão olhando para o roteiro do filme.

Ethan Hawke, Willem Dafoe e Sam Neill causam pena porque estão realmente bem em cena. Provavelmente uma das coisas mais bizarras do mundo deve ter sido a reunião na qual os diretores, os irmãos Spierig, explicam a trama para os atores. Hawke queria um filme de vampiros de verdade, mas talvez Dafoe e Neil quisessem apenas pagar o aluguel.

Enfim, um filme que merece ser visto bêbado com um bando de amigos da zoeira. Tem um outro filme do mesmo diretor com o Ethan Hawke sobre viagem no tempo. Já está na fila para ser assistido.

 

FANTASTIC…

1 comentário em “2019 – O Ano da Extinção

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