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Cenas que amamos – Pode dirigir, pai (Nebraska)

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O nome Alexander Payne virou uma figurinha fácil nas épocas de premiações. Basta que o diretor/roteirista faça um novo filme, para que este seja pelo menos mencionado e indicado, mesmo que não ganhe nada. O sucesso, porém, é merecido. Cada obra de Payne é repleta de uma sensibilidade que arranca lágrimas especialmente de quem já passou por situações semelhantes às retratadas nas histórias dele. O mesmo se deu com o ótimo Nebraska, de 2013.

Para compreender a cena, infelizmente é preciso compreender o filme como um todo, porque ela é o final do mesmo, e remete a um dos momentos mais singelos de Payne. David é um homem comum que se vê preso junto do pai na cidade rural em que cresceu. Curioso com algumas motivações do progenitor, que ele sempre viu como um bêbado perdido, o protagonista começa a pesquisar o passado.

Entre longos momentos silenciosos, descobre as razões pelas quais o pai sempre foi um alcoólatra ausente enquanto crescia. E é tão poderoso compreender que o que David sempre achou ser um péssimo pai era, na verdade, um homem bom que se viu preso em condições desesperadoras. É quase cruel ver os dois em direção a mais uma última decepção no fim da produção.

Então, na última cena, David resolve dar um pequeno presente para o pai. O senhor pede o filme inteiro apenas para poder dirigir um pouco a caminhonete na qual viajam. Um prazer que deve ser negado constantemente, por causa da condição dele. Surge essa cena que demonstra fortemente o poder Payne como contador de histórias. Existe algo de grandioso em um veículo comum que apenas desce uma rua.

P.S: A cena está com o áudio separado nos dois canais. Se usar fone de ouvido para assistir, escute com as duas saídas.

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