Nada original

Numa das críticas de Jack – Caçador de Gigantes estava o seguinte comentário: “Não tem nada de novo, só coisas que eu já vi antes”. De acordo com o crítico, o filme não é bom porque não inventa a roda. É um amontoado de brincadeiras e retomadas de estilos sem criar nada novo. Eu até concordo com ele. Mas dizer que esse defeito é o motivo pelo qual o filme não tem nada de bom?

Muito pelo contrário. Jack – O Caçador de Gigantes é um filme muito divertido, retomando o estilo de filmes pulp da década de 30. Ele usa essa brincadeira para criar uma fantasia com tom de conto de fada. É uma era medieval, mas todos tem dentes branquinhos, roupas limpinhas e passadinhas. A ideia é brincar com um conceito mais ingênuo.
Isso é original? Não. Reinventa a roda? Não. Mas é divertido? É.
Não que eu esteja querendo escrever uma tese sobre Jack – O Caçador de Gigantes. O filme é defeituoso, possui muitos problemas de construção, mas faz bem seu trabalho de aventura à moda antiga. Dizer que isso é ruim justamente porque não tenta fazer algo novo é querer tirar pêlo de ovo.
Por isso é tão importante compreender a proposta de um filme. O maluco foi assistir o filme esperando ver um constructo sobre a moral e a política? Aventura escapista não precisa ser inventiva, basta ser bem construída para ser divertida. Bryan Singer errou aqui e ali, mas no geral acertou.
Ignorar todos os acertos apenas porque eles não são novidade significa apenas que nosso amigo crítico foi ver o filme com a proposta errada.
Seja como for, não gosto de falar da opinião de outras pessoas. Apenas queria me abrir sobre o argumento “nada de novo”. Principalmente para filmes escapistas. Não acredito que cinema seja inovação, mas sim construção e desenvolvimento servindo a uma proposta. Essa proposta pode ser emocionar, divertir ou até mesmo raciocinar.
Estou aberto para argumentos contrários. Já acho que estou errado em tentar ditar como uma pessoa deve gostar de algo. O que você acha?
 
GERÔNIMOOOOOOO…