Os aposentados extremamente perigosos voltam ao cinema. Todo mundo que sobreviveu aos eventos do filme anterior retorna com os mesmos roteiristas, uma escala de eventos maior e sem o diretor do primeiro filme. É impressionante como uma coisinha faz tanta diferença.
Frank Moses tenta levar uma rotina calma ao lado da namorada Sarah. Para isso, ele a força a levar uma vida sem grandes emoções. De repente eles entram novamente na lista dos mais procurados pela CIA e precisam voltar a investigar porquê querem mata-los.
Como os atores voltaram, o filme mantém a mesma interação divertida dos personagens. Principalmente com o ainda bom texto dos mesmos roteiristas do primeiro. Mas a troca de diretor faz diferença.
Enquanto o primeiro contava com o eficiente Robert Schwentke. Este conta com outro diretor de aluguel, o Dean Parisot. Mas o segundo não se dá ao trabalho de fazer pequenas coisas com qualidade. Não existem transições, só cortes brutos entre cenas diferentes. Não há ambientação alguma para cada momento. E a montagem é uma bagunça.
Não vai ser raro perceber durante o filme que a continuidade entre os cortes não faz sentido. Numa hora o John Malkovich está sorrindo, muda a câmera e ele está sério. Muitas vezes haverá cortes que mudam de cena com uma falta de ritmo que o contexto inteiro parece fora de lugar.
Acontece quando o agente da CIA que os persegue espanca o personagem O Sapo. O filme está desenvolvendo. Corte. O agente joga O Sapo de uma escada e começa a cuspir falas que ficam confusas sem nenhuma introdução ao que diabos é aquela cena.
O ritmo acelerado fica ruim e o filme perde a diversão que deveria ter. O que é uma pena, considerando que o texto é bom e os atores são excelentes.
Saem o Morgan Freeman, o Karl Urban e o Richard Dreyfuss. Entram Anthony Hopkins, Catherine Zeta Jones, Neal McDonough, David Thewlis e Byung-hun Lee. Todos eles abraçam o espírito descontraído da produção. Principalmente o Anthony Hopkins. O inglês está solto.
O resto do elenco faz a mesma coisa do primeiro filme. Willis se diferencia dos seus heróis de ação de sempre. A Helen Mirren está ainda mais violenta que no primeiro. O Brian Cox faz pontinha de luxo. John Malkovich virou coadjuvante cômico que assume papel de superexposição ao ficar explicando os novos elementos. A Mary-Louise Parker consegue ser ainda mais irritante que no primeiro. A graça fica em ver o Anthony Hopkins, o David Thewlis e o John Malkovich se divertindo.
A trama continua sendo uma analogia a relacionamentos. Desta vez passa a tratar de como a rotina faz mal para romances e como sair dela. Sem a mesma graça porque a personagem feminina do romance é ainda mais irritante que no primeiro filme.
Chato ver essa continuação depois de ver o primeiro.
FANTASTIC…