Em 2010, com 22 anos e muito preconceito na cabeça, assisti Rocky Horror Picture Show da maneira errada. Esperava um grande espetáculo da Broadway, ou um filme típico da Hollywood clássica. O que encontrei era extremamente diferente.
A comédia musical de 1975 foi feita sem grandes expectativas com base em uma peça quase desconhecida. No entanto, o filme compete hoje pelo título de maior clássico cult junto com The Room com sessões de meia-noite e fãs aos gritos nos cinemas, e com Pink Flamingo.
Com muitas cores, barulhos, músicas influenciadas por estilos de rockabilly, Rocky Horror Picture Show zomba das normas sociais e dos preconceitos imbuídos nelas. A trama pega emprestados os clichês de filmes de ficção-científica da década de 1950 para mostrar o perfeito casal Brad e Janet (DAMN IT!) enquanto se abrem para experiências sexuais diversas no castelo do alienígena travesti Frank-N-Furter.
É assim, em tom de contracultura, que o filme apresenta o castelo para os protagonistas com a música The Time Warp, a mais famosa da produção. Tem sapateado, um corcunda careca que canta rock, muita gente com conversas e danças voltadas para o sexo. E é por isso que ela entra aqui como uma Cena que Amamos. Assista abaixo.
Hoje, quase dez anos depois, e com uma cabeça mais aberta, é gostoso revisitar o filme e perceber como ele foi um choque bem vindo para uma mente ainda em amadurecimento. Um daqueles choques que são necessários para que a maturidade e o respeito ao gosto alheio floresçam.