Zumbis voltaram à moda, mas sofrem de um problema grave em suas narrativas. As histórias de zumbi são bastante limitadas. Então, sempre que encontro um curta ou um jogo ou qualquer coisa realmente nova e interessante sobre os mortos-vivos, preciso dar os parabéns. O advergame da G-Shock (a marca de relógios) entra em algo sobre que ouvi muito na especialização em cinema. Um filme interativo.
John tem uma ferida feia no braço e um revólver carregado. Com a noção de que o primeiro sintoma de quem está se transformando é perder memória, ele espera com o timer em cinco minutos enquanto lembra dos momentos recentes com a filha, Mia. É o draminha básico de filmes de zumbi. O protagonista tem que passar pelo medo de se tornar o monstro que pode matar a pessoa que ama. A diferença é como a interatividade influencia no envolvimento do espectador.
O suspense se constrói no fato de que, caso não consiga se lembrar de alguma coisa, John está infectado. Para que as lembranças dele se desenvolvam é preciso que o espectador interaja com a tela. Se for em um desktop, a interação é com o mouse, mas o curta foi feito para ser visto em tablets para a interação ser feita com o toque. Quem está assistindo fica tenso porque o esforço mental de John se torna um esforço físico.
Muita gente na área quer desenvolver alguma tecnologia que faz com que filmes possam ser interativos em uma sala de cinema. No caso de Five Minutes, a ideia é vendida como um game. Mais especificamente, um advergame. Um jogo feito para servir de propaganda para uma marca.
O roteiro tem um final extremamente clichê, mas sustenta a trama com eficiência. A direção usa de muitas câmeras tremidas em close-ups para dar o tom de nervosismo. Planos abertos rápidos são usados para contextualizar. A ação é bem dirigida e o estilo de fazer a câmera atravessar paredes e cenários remete muito ao jeito do David Fincher em Quarto do Pânico.
Quer passar pelo horror de John, clique na imagem abaixo.
GERÔNIMOOOOOOOOOO…