Texto por Tainá Arantes.
A Dama Dourada conta a história da disputa judicial, travada por Maria Altmann (Helen Mirren) e o advogado Randy Schoenberg (Ryan Reynolds), contra o governo da Áustria para recuperar o retrato da tia – “Woman in Gold”, pintado por Gustav Klimt para a parente, que foi roubado durante a ocupação nazista à Viena.
A vida de Maria Altmann reflete o papel do ser humano numa sociedade desumana, preconceituosa e intolerante. Quando jovem, se vê obrigada a fugir da opressão nazista na campanha para exterminar os judeus. Instala-se nos Estados Unidos em busca de paz e liberdade e deixa para trás família, amigos e tudo aquilo que lhe era mais precioso. É um filme que fala sobre perseverança, recuperação de memória familiar e, principalmente, sobre não desistir do que é justo, por maior que os obstáculos sejam.
Simon Curtis tem no currículo a produção de filmes com mulheres frágeis e de personalidades fortes no papel central (um exemplo disso é Sete Dias com Marylin, de 2011). A Dama Dourada não foge desse perfil ao mostrar a amarga, implicante e ligeiramente engraçada Maria Altmann da Helen Mirren. Ryan Reynolds não se deixa intimidar pela parceira de cena e entra facilmente na pele do advogado inseguro e malsucedido que é constantemente lembrado do sucesso de seus familiares. Apesar das expressões faciais esquisitas, a atuação não decepciona.
A dupla com o ator Daniel Brühl.
O filme é ambientado no final dos anos 1990 e só o que entrega a década são os carros e a tecnologia ultrapassada. Sem isso não seria possível definir com precisão em qual parte da história o filme se passa. O figurino usado por Helen Mirren poderia facilmente ser visto na rua hoje. O mesmo vale para o Ryan Reynolds, salvo os ternos usados no início da produção.
O elenco de apoio é composto por Katie Holmes (de Dawson’s Creek, numa atuação bem apagada), Daniel Brühl (Capitão América: Guerra Civil), Charles Dance (Game of Thrones), Tatiana Maslany (Orphan Black), Max Irons (A Hospedeira) e por Antje Traue (O Sétimo Filho), no papel de Adele Bloch-Bauer, a famosa “Woman in Gold”. Vale ressaltar a atuação de Tatiana Maslany, como a jovem Maria, que surpreende em suas múltiplas personalidades em Orphan Black e dá peso a personalidade da personagem.
Tatiana Maslany. Atriz de ouro.
As cores vivas da fotografia ajudam a fazer justiça à beleza das locações maravilhosas de Viena, explora jardins e a arquitetura da capital Austríaca. Principalmente ao mostrar a pintura que deu nome à produção, com um dourado tão vivo que reflete a vida exuberante, alegre e cheia de arte dos Vienenses pré-invasão nazista.