Western Spaghetti!
Finalmente após duas semanas dessa mostra Mondo Tarantino passou um western spaghetti. Eu gosto tanto do estilo que os filmes do sub-gênero eram os mais esperados por mim. Meu filme favorito é Era Uma Vez no Oeste e o Sérgio Leone é um dos meus diretores favoritos.
Infelizmente, A Morte Anda a Cavalo não é do Leone. O nome principal, no entanto, é Lee Van Cleef, o eterno Mau de Três Homens em Conflito. Meu conhecimento sobre o ator é o que meu pai sempre me dizia desde criança: “O Lee Van Cleef é vilão em faroeste.” Para a minha surpresa, aqui ele é o herói.
Uma boa surpresa, diga-se de passagem. O ator tem cara de velho oeste e age como se tudo aquilo fosse natural. Enriquece a produção e torna o filme mais crível.
Acompanhamos dois homens buscando vingança contra uma gangue. Quinze anos depois de um assassinato em massa, os bandidos se dividiram e seguiram caminhos diferentes. Um dos homens vingativos quer o troco pela morte da família e o outro foi abandonado para a prisão pelo bando.
Como um bom Western Spaghetti, o filme foi filmado na Itália e mesmo nas falas com atores falando em inglês ocorre dublagem. A direção de arte deixa todos os personagens sujos, suados e feios, tal qual deveria ser naqueles desertos sem avanço de higiene. E o tema normalmente envolve algum tipo de vilania na modernidade tecnológica e capitalista.
Aqui os vilões controlam os bancos e através deles as cidades. Até um dos golpes para derrotar os herois é feito através de um banco.
O mais legal mesmo é como ele desenvolve o relacionamento dos protagonistas. Normalmente, em faroestes, existe algum tipo de homoerotismo velado, como em Butch Cassidy. Aqui ele parece mais uma coisa entre pai e filho. O mais velho vai ensinando o mais novo a como se defender e a lidar com os perigos daquele mundo. O mais novo responde com rebeldia e admiração.
O velho oeste é uma representação de uma época que virou uma proposta de fantasia. É um mundo difícil e cruel, cheio de homens perigosos e mulheres indefesas que aprendem a usar seus atributos para sobreviver. Esse universo abre espaço para desenvolver os conflitos humanos de forma diferente do nosso cotidiano moderno.
Os italianos é que sabiam fazer filmes de faroeste. Planos lindos, momentos divertidíssimos, histórias humanas e tiroteios bem conduzidos. Uma trilha maravilhosa do mestre Morricone, com direito a músicas que foram usadas em Kill Bill.
Mas ainda tem seus defeitos. O som é uma porcaria, os cortes são bizarros e as transições de cenas são bruscas demais.
Para esse gênero, minha opinião não é objetiva, mas sempre recomendarei.
GERÔNIMOOOOOOOOO…
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