A Possessão de Mary (Mary – 2019)

Crítica por Marcela Rodrigues

Gary Oldman vive um capitão de barcos que, para tentar dar uma engrenada nos seus negócios, resolve viajar com sua família na nova embarcação para sua primeira viagem teste. O que eles não esperavam é que a aquisição estivesse amaldiçoada por um espírito que fez todos seus outros donos desaparecerem. Se você acha que essa premissa é ruim, calma que ela só piora.

Com uma mistura de Invocação do Mal com Atividade Paranormal de baixo orçamento, o roteiro de A Possessão de Mary não convence nem um pouco. Personagens sem motivações claras, e apresentados de uma forma que não deixa espaço para os espectadores questionarem se os eventos sobrenaturais de fato estavam acontecendo, ou se eram apenas insanidade de um deles. Com isso, resolveram ir para o caminho mais fácil e rechearam o filme com jumpscares a um nível que você já sabe quando vêm e nem se importa mais.

Os efeitos especiais são mal feitos, chegam até a ser cômicos, com destaque na cena em que um personagem tira uma foto da família ao lado do barco. Michael Goi assina a direção e fotografia, o que pode ter sido um erro, porque, apesar da história não ajudar, o que poderia salvar esse filme seria se ele criasse uma atmosfera claustrofóbica para os personagens dentro do barco, podendo levá-los à loucura e, assim, seguindo para um caminho mais interessante. Porém, preferiu seguir com uma fotografia simples e direção padronizada em filmes de terror.

Pressentindo que esse filme não seria relevante, Gary Oldman resolveu não se desgastar muito e, em vez de mostrar todo seu talento, entrega uma atuação tediosa e robótica.

O lado bom é que, quando o público se desprende da ideia de que vai assistir a um filme bom e com um ator de peso no papel principal, você consegue até dar uma ou outra risada das cenas em que o espírito maligno aparece para tentar possuir as pessoas. Por outro lado, acredito que essa não era a intenção do filme, fica aqui o questionamento.