Nem original tampouco inovador. A sequência de Prometheus e prólogo do clássico Alien – O Oitavo Passageiro mostra aspectos melhor trabalhados do que seu antecessor, porém, evidencia uma perda de criatividade do afamado diretor Ridley Scott. Para quem acompanha desde a origem, a sensação é de que ideias são jogadas ao vento, o que torna a experiência cinematográfica mediana.
É impossível recriar por completo todo o terror e tensão do filme original lançado em 1979. Tendo essa premissa como base, o espectador assiste o longa com muitas expectativas. Não que o filme seja decepcionante; há pontos positivos, mas falta aquela originalidade inerente à narrativa. As situações apresentadas se mostram confusas, a ponto da produção não empolgar do início ao fim. Uma coisa é deixar espaço para a imaginação do espectador, outra é um roteiro esburacado e sem nexo.
Alien: Covenant traz uma nave em missão colonizadora em busca de um planeta que seja habitável para a espécie humana. A tripulação inteira está imersa em um sono criogênico, exceto o sintético Walter (Michael Fassbender), que mantém uma conversa incessante com a inteligência artificial da nave, a “Mãe”. Após um acidente cósmico, ele é obrigado a acordar todos para que reparem as avarias e consigam seguir viagem. Ao desembarcarem no planeta próximo, que parece promissor, percebem que nem tudo está bem naquele lugar.
Scott queria nos levar para muitos lugares, mas infelizmente é nessa jogada que o filme se perde. Por vezes, Covenant quis se assemelhar a um drama e, em outras, a um terror espacial, mas nenhuma das duas propostas foi bem executada. Por certo, as melhores cenas são aquelas com sangue para todos os lados, corpos explodindo e o barulho assustador das criaturas. Mas, quando o viés envereda para expandir a mitologia da franquia, com direito a análises da condição humana, a narrativa degringola. Se as propostas fossem bem executadas, proporcionariam uma profundidade ímpar ao roteiro. Porém, este não foi o caso, já que muitas pontas ficam soltas – talvez a se desdobrarem nas próximas sequências.
O elenco é bem fraco e não transmite carisma. O filme gira em torno de praticamente um ator, Michael Fassbender, que além de interpretar Walter, reprisa seu papel como David – o andróide introduzido no início do filme e que estava a bordo da nave Prometheus. Ele consegue fazer um ótimo trabalho em duas personalidades distintas. A outra personagem, Daniels, interpretada pela atriz Katherine Waterson, é a única que se destaca um pouco, mas ainda com atuação aquém.
Entre os pontos técnicos positivos: o design de som e a paleta de cores são muito bem trabalhados. O primeiro é muito bem dosado entre as cenas, e o uso de silêncios aumenta a tensão naturalmente. Seja no interior da nave ou nas paisagens inóspitas do planeta de desembarque, com coloração fria e cinzenta, a fotografia merece destaque.
Com pretensão de dar continuidade ao projeto, agora é torcer para que os seguintes retomem a forma e originalidade que a história carrega há mais de três décadas de sucesso.
Parabéns pelo texto! Concordo sobre o elenco!
https://rezenhando.wordpress.com/2017/05/12/rezenha-critica-alien-covenant-2017/
E na data de estreia de mais um título da franquia Alien lá estava eu, mesmo sem tamanha empolgação compatível com os últimos filmes que tenho ido conferir no cinema, apenas pela curiosidade de ver o Alien, já que no trailer a aparência dele e as sequências me deixaram curioso. Bom se você está curioso para saber minha opinião, confira a rezenha crítica de Alien: Covenant.
Primeiramente vou deixar claro que o seu antecessor cronológico chamado Prometheus eu não cheguei assisti-lo por completo então não havia tido a experiência completa de ver o Michael Fassbender no papel de David, e a surpresa foi muito positiva. Os demais filmes da franquia assisti há muito tempo atrás e alguns ainda ecoam em minha mente (exceto aquele caça níquéis Alien vs. Predador)!
Alien: Covenant tem um início vagaroso como quase todo filme que aborda o tema tem, mas este em questão é até demais. Fica perdoado, pois além de apresentar todos os personagens, é tornado público as reais intenções daquela tripulação, colonizar o planeta Origae-6 e também é explicado a forma como definiram o planeta alvo de uma forma até detalhada.
O que me incomodou foi o nível de burrice humana no filme, não pela razão no qual foram atraídos para o planeta, e sim as circunstâncias. É só analisar friamente, um projeto de colonização de tamanha magnitude não deve ser barato, e a galera me põe em risco um projeto de anos de pesquisas e mapeamentos para ver se realmente tem algum humano mandando algum tipo de sinal para a nave deles estando a milhões de anos luz da Terra? Esquisito… na verdade burrice mesmo, só que aquilo ali foi necessário para o desenvolvimento do longa, só que desafiou o meu mínimo de inteligência e capacidade de pensar.
Quando adentram ao planeta inóspito o filme melhora, alternando entre o terror e ação, a variação é bem dosada, mas particularmente eu achei uma pena, pois se tivessem valorizado o terror o filme teria sido muito melhor.
O visual fotográfico é aquele cinzento já meio sem graça do Ridley Scott. Ele precisa fazer como por exemplo no novo Blade Runner 2049, passar o bastão para alguém e ficar apenas na produção, alguém avisa ele por favor?
Falando em Blade Runner, o personagem David e Walter, a série de androides presente na franquia renovada, me lembram muito o replicante Roy Batty (fisicamente e conceitualmente) e a inesquecível citação que faz no final do filme: – Eu vi coisas que vocês não imaginariam. Naves de ataque em chamas ao largo de Órion. Eu vi raios-c brilharem na escuridão próximos ao Portão de Tannhäuser. Todos esses momentos se perderão no tempo, como lágrimas na chuva. Hora de morrer.
Quando os Aliens começam a surgir juntamente com os dilemas de Inteligência Artificial o filme dá uma guinada interessante e mostrando a todos como o Alien surgiu de fato, dando origem a um dos mais aterrorizantes e melhores filmes no espaço, Alien: O Oitavo Passageiro.
Vale a pena conferir, não é um filme inesquecível, entretanto vale o entretenimento e com certeza pelo pouco que assisti Prometheus achei um pouco melhor e menos BURRO (famosa cena do Biólogo).