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Argo


Com a estréia de Argo, ouço pela terceira vez o seguinte: “Ben Affleck se revela um grande diretor.” Primeiro foi com Medo da Verdade, estrelado por seu irmão. Depois foi com o ótimo Atração Perigosa, tem o Jon Hamm nesse filme. Dizer que o Affleck se revela, de novo, como um grande diretor virou pleonasmo.

Para os fãs do roteirista oscarizado, do diretor valorizado e do ator vaiado, a melhor coisa a fazer é esperar pelo seu retorno às telas. Affleck começou a carreira de forma brilhante, participando de filmes de amigos como Kevin Smith e Gus Van Sant. Até que se juntou ao melhor amigo, Matt Damon, e juntos escreveram um roteiro campeão de Oscar, Gênio Indomável para os que não sabem.
E se não sabem, parem de ler esse texto e vão assistir o filme.
Sob os holofotes da fama, Affleck tomou uma série terrível de más decisões. Dentre elas as mais notórias são Demolidor, o casamento com a Jennifer Lopez e o filme junto com a dita cuja, Gigli, obrigatório nas listas de piores filmes de todos os tempos.
Dessa fase, a única coisa boa que sobrou para Affleck foi conhecer a colega de elenco, Jennifer Garner, com quem casou e criou uma prole. No final de sua decadência, interpretou George Reeves, ator que vestiu o uniforme do Superman num seriado preto e branco cujo assassinato é o mote do filme. Reeves foi um interpretação muitíssimo elogiada. Talvez Affleck não fosse tão mal ator assim.
Disso fez seu Medo da Verdade, arrancou elogios em outra posição e resolveu levar esse lado da carreira em frente. Desde sua estréia na direção, fez poucas interpretações. Apesar de ser o ator principal em dois de seus filmes.
Infelizmente não consegui ver Medo da Verdade. Mas pelo que pude ver em Atração Perigosa e Argo, Affleck é um diretor que não enrola, não se permite floreios. Faz os filmes rápidos, tensos e eficientes.
O filme acompanha uma campanha de espionagem montada por Tony Mendez, agente da CIA vivido por Affleck. Para resgatar prisioneiros escondidos em território inimigo, ele cria um filme falso com personalidades da indústria de cinema. Fingindo que vai para o Irã pesquisar locações, cria passaportes falsos para os prisioneiros para poder tirá-los do país.
Apesar da trama beirando o absurdo, Argo é um suspense de primeira. Começa demonstrando o terror vivido pelos americanos durante a revolta contra a presença estadunidense no ano de 1979. As cenas são um primor, tanto de montagem quanto de direção.
Affleck mistura tomadas de arquivo com cenas recriadas e cria a tensão de uma maneira aterradora à medida em que acompanhamos o medo vivido pelos personagens. Combina as dificuldades encontradas pelo caminho com resoluções que chegam próximas do ridículo. Mas funciona muito bem, a tensão é constante e mantém o ritmo frenético do filme.
Impressiona e já está na lista de favoritos ao Oscar do ano que vem. Pela terceira vez, palmas para Affleck.

GERÔNIMOOOOO…

1 comentário em “Argo

  1. Estava assistindo Kevin Smith: Burn in Hell no youtube esses dias, e ele falava sobre como o Ben Affleck “roubou” todos os atores do Red State. Kevin pediu para o Affleck escrever uma quote pro Red State e ele respondeu: “This movie has an amazing cast”. Ainda é troll.

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