Noé é um caso de distribuição muito específico. Seu diretor, Darren Aronofsky não o filmou em 3D nem queria que ele fosse lançado com a tecnologia. O estúdio, por outro lado, queria. Como o diretor vetou apesar dos esforços da Paramount, eles fizeram um acordo. Nos Estados Unidos, a única opção para assistir ao filme seria em 2D. No resto do mundo, haveria a opção 3D. Então nossa versão para Home Video do filme veio com um disco a mais.
Parece ótimo pensando assim, mas na verdade não é. Primeiro porque o disco com o filme em 3D não apresenta nenhum extra a mais. Segundo porque a versão 3D é convertida e apresenta os problemas comuns de filmes convertidos. Mesmo que seja uma boa conversão.
A qualidade de imagem e som do filme é perfeita. Não há o que falar contra a parte técnica. Não fosse o fato de que a produção foi lançada para IMAX nos cinemas, poderia-se dizer que é a melhor forma de ver o filme.
A outra curiosidade da versão nacional são os extras. São exatamente os mesmos da versão americana. Três curtas documentários que acompanham a produção em suas diferentes locações. Um na Islândia, mostrando as dificuldades com o clima maluco do país. Outro em Nova Iorque, onde filmaram as externas da arca. E outro em um set com a parte interna da arca.
Cada um vem com curiosidades interessantes. Logo de cara foi surpreendente ver como o Darren Aronofsky é um cara normal e divertido. Junto com o Russell Crowe, ele era o maior brincalhão nas filmagens. No primeiro vídeo, vemos como foi a interação dele com o diretor de fotografia, Matthew Libatique. No segundo, existe um monólogo do diretor sobre como grandes orçamentos limitam as filmagens para que os filmes sejam mais mainstream e um momento hilário do Russell Crowe dizendo que um membro da equipe está com os mamilos apertados. No terceiro, atores, produtores, roteiristas e o próprio diretor discutem sobre as nuances da história e sobre a psique de Noé. Além de mostrar como certos takes foram realizados.
Somando tudo fica com uma hora de material. É pouco, mas a qualidade é tão boa que quase compensa. Quase porque sempre teremos o exemplo da trilogia estendida do Senhor dos Anéis, com mais de 24 horas de extras que, de tão bons, são melhores que os filmes. Em Noé, o bônus está longe de superar o filme, mas é bom o bastante para ser obrigatório para quem é fã do filme e/ou do diretor.
GERÔNIMOOOOOOO…