A década que passou teve muitos filmes marcantes. Um dos mais representativos foi Corra!, por ser um demonstrativo de como várias vozes passaram a ser ouvidas. Não apenas foi um filme de sucesso dirigido, escrito e atuado por negros, como um que falava do racismo inerente aos Estados Unidos e que não temia em mostrar o horror imposto no cotidiano. Ainda fazia mais, ao colocar uma revanche digna de catarse.
Além disso tudo, o filme foi reconhecido pela crítica e pelas entidades que estabelecem valores para cinema. Basta lembrar que ele é um dos poucos horrores da história a concorrer a melhor filme e melhor diretor. Sem falar que ganhou o prêmio de roteiro. E para repensar essa pérola, vale a pena lembrar de um dos momentos mais tensos, quando Chris (Daniel Kaluuya) é hipnotizado pela mãe da namorada durante uma caminhada noturna.
O espectador acompanha enquanto ele perde o controle sobre o corpo ao mesmo tempo em que é forçado a reviver traumas passados. Quase como se preso dentro de si. O ato em si parece inocente, e o sofrimento acidental. E é parte da paranoia imposta pelo diretor Jordan Peele e que reflete muito do que pessoas negras vivem diariamente. Será que qualquer pessoa pode representar um mal direto como o racismo, ou é melhor apenas manter a postura social já que não se pode ter certeza.
Veja a cena abaixo.