1917 tem gerado muita conversa devido ao recurso de simulação de plano sequência do início ao fim. Sempre que é feito, vale a pena conferir como os cineastas inventam em cima do recurso e como ele conta uma história. Mas, sempre deve-se lembrar de quando ele foi utilizado primeiro no que talvez seja o melhor filme do estilo, Festim Diabólico de Alfred Hitchcock.
E um dos motivos para ser tão memorável é a cena inicial. Dois homens matam um terceiro e o escondem na mesa centra da sala em que se encontram. O resto do filme se desenrola naquele cômodo com cortes simulados para aparentar que foi um plano sequência. Assim, o espectador tem a impressão de assistir um filme inteiro com o cadáver ali.
Isso tudo já seria suficiente para um filme único e, justamente, lembrado para sempre. No entanto, a produção ainda é extremamente eficiente na narrativa visual. Hitchcock pediu que o cenário fosse quase todo desmontável para que a câmera circulasse livremente e encontrasse os enquadramentos certos para contar a história. O objetivo é tratar de um questionamento moral que remete a Friedrich Nietzsche e a Dostoiévski.
Veja abaixo e considere seriamente assistir a esta excelente experiência.