Dez anos atrás, logo depois de dirigir Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, Alfonso Cuarón já era um diretor renomado quando assumiu o comando de uma produção de ficção científica que tomou os cinemas de súbito. A expectativa foi alta, e o resultado como muitos esperavam foi uma pérola. Anos depois, ele repetiu a proeza com Gravidade. Uma trama com contexto científico que funciona como narrativa bem contada e cujos temas são, na verdade, a humanidade.
O trailer desse Filhos da Esperança era embasbacante na época. Apresentava um futuro no qual a humanidade se tornou estéril e o homem mais novo morreu aos 17 anos. Em vista de um extermínio próximo, o personagem do Clive Owen é chamado para ajudar uma garota a atravessar o país. Quando a imagem dela grávida apareceu, era difícil não ficar chocado.
Isso se dá por diversos motivos, como a extraordinária ambientação construída por Cuarón, que passa a desolação da noção da falta de futuro tão bem que, até no trailer, a reviravolta choca. O fato é que a sinopse deixa bem claro qual o tema do filme, esperança.
Este filme é maravilhoso, tanto é que essa é a segunda cena dele que faz parte dessa coluna. Esta, em especial, se destaca por representar exatamente a discussão da produção. Um jorro de esperança é capaz de pausar até o mais forte ódio. Não é preciso descrever muito. Apenas assista a este pequeno momento mágico de um grande filme.