Um dos grandes nomes do cinema chinês é o do diretor Zhang Yimou. No começo dos anos 2000, ele se aventurou em um estilo de filme típico do país, o wuxia. Aqueles filmes em que os personagens pulam alto, caminham sobre águas, têm movimentos capazes de cortar centenas em velocidades assombrosas e com muito pano que balança no vento. E, de cara, ele lançou este interessantíssimo Herói.
Para dar uma resumida, o filme acompanha a conversa entre um espadachim sem nome (Jet Li) que matou três rebeldes e o imperador da China que o recebe em agradecimento. O tópico é a história de como os assassinatos ocorreram, e que o espectador assiste em flashbacks. O filme se divide em quatro etapas, com revisões da mesma história em cada uma.
Na primeira, a cor vermelha representa uma emotividade descontrolada. Na segunda, o azul indica uma profunda tristeza. Na seguinte, o verde remete a renovação e esperança. E, por último, o branco é a paz e a pureza. Em cada cor, os rumos e os significados da trama se transformam. Esta cena contém uma das resoluções do trecho azul, em que o espadachim sem nome precisa matar uma das rebeldes em nome da causa maior, mas não quer fazer por admirá-la. Mesmo que ela queira.
Veja abaixo.
Melodrama é a palavra de ordem para o tom, mas toda a linguagem visual contribui para isso. Este é um filme sobre exageros e sentimentos extremos, mas a beleza e a fantasia da direção de arte são condizentes. O sentimento é retratado de forma lírica, não verossímil. Então é quase natural neste mundo que uma mulher morra e caia em um longo giro.