Na estreia como diretor de cinema, Joe Wright surpreendeu o mundo com esta singela adaptação do livro clássico de Jane Austen Orgulho e Preconceito. Isso na sombra de uma leitura extremamente fiel feita pela BBC em forma de minissérie poucos anos antes. Ele contava com a limitação da duração de um filme, e uma base imensa de fãs espalhados pelo mundo.
Mas a beleza da produção é justamente o uso dessas restrições para a fazer com que o texto de Austen ganhe a tela. Entre os vários destaques dentro do filme, como várias cenas longas sem corte (uma festa em certo ponto do filme é de cair o queixo), o momento final, em que Elizabeth e o senhor Darcy se reencontram depois dos conflitos principais da história, ainda é quando os espectadores suspiram mais forte.
Aqui é possível ver as características principais do filme. A belíssima trilha sonora encabeçada por um piano dá o tom da emoção de Elizabeth ao ver Darcy no horizonte. A fotografia mistura a escuridão do alvorecer com a claridade dos rostos dos personagens, o que também transparece os sentimentos de ambos.
Então, o texto de Austen dá as caras, quando Darcy explica que caminhou durante a madrugada para explicar para ela a agressão que a tia dele cometeu no dia anterior. Tudo na linguagem da cena explicita o amor dele por ela. O visual, o sonoro, as palavras, e os atos. É um dos momentos literários que mais influenciaram um gênero narrativo, e é maravilhosamente retratado por Wrigh em filme.
Veja abaixo.