Mais uma grande produção que prova a excelência do cinema argentino. Em 2015, O Clã foi o filme indicado pelo país para concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Por pouco, não foi escolhido.
É claro que a forma como esta cena é pensada é onde se esconde a grandiosidade. Ela aparece logo após vermos Alejandro (Juan Pedro Lanzani) caindo em mais um golpe de seu pai, Arquímedes Puccio (Guillermo Francella), o que leva o espectador a crer que, mesmo derrotados, o patriarca dos Puccio não receberia a pior sentença possível.
A nossa cena brilhante começa com a câmera enquadrando Alejandro e se movimentando sempre para atrás, sem sabermos qual o fim do caminho que o personagem está seguindo, ou o que ele está observando.
Logo em seguida é exposto o encontro com seu pai, exibindo a maior dor possível que Alejandro conseguira causa-lo. Mas, apenas isso não bastava. Só uma cara desfigurada não representava a dor que Arquímedes havia feito à sua família ao longo de toda sua vida.
E aí, sem sabermos o que está à frente, Alejandro golpeia o policial que lhe segurava e sai correndo sem destino. Até que nos é mostrado o que havia em sua frente. Tudo acontece muito rápido. Apenas nosso jovem pulando da sacada existente ali e se estrebuchando de forma extremamente violenta andares abaixo.
Pela primeira vez vemos Arquímedes, o monstro de todo filme, abalado, estático, sem acreditar no que estava vendo. Expôs sua fraqueza. Tudo isso ao som da excelente música “Sunny Afternoon” de The Kinks.
Que escolha do diretor Pablo Trapero!
Confira a cena: