Se Tron subverteu muito da forma de se fazer e pensar a realização de cinema, Tron: O Legado misturou todos os avanços tecnológicos que havia até então, mesmo sem fazer nada novo. No entanto, se aquele era uma aventura rápida e divertida sem muito a dizer, este se permite aprofundar em questionamentos mais profundos sobre vida, perfeição, religiosidade, divindade. Isso, é claro, sem perder a diversão de ótimas cenas de ação com efeitos especiais.
Pela melhora ser tão maior, é mais fácil encontrar cenas maravilhosas na continuação. No entanto, para dar continuidade ao Cena que Amamos do filme anterior, nada melhor que usar a corrida de motos de luz do novo. E melhores efeitos visuais, com mais brilhos não é o suficiente para que a cena impressione ou se destaque. Não quando os dois recursos são usados à exaustão em quase toda produção de Hollywood.
O que realmente marca nesta perseguição é a capacidade do diretor John Kosinski de realizar ação envolvente. Mesmo que quase tudo o que se vê são atores inseridos em ambientes compostos por zeros e uns, é possível para o espectador acompanhar os movimentos de todos os personagens, distinguí-los uns dos outros e até sentir medo pelo protagonista, Sam.
Somado ao visual de fundos escuros e profundos, com as luzes das motos e dos rastros delas, e os cenários com pisos de vidros, a imagem emana uma sensação de limpeza e beleza que condizem com a proposta da discussão principal. E o mais importante, tudo o que acontece em cena faz com que a narrativa se desenvolva.
Veja abaixo.