Esse é polêmico. Crash foi adorado por levantar discussões sobre preconceito em suas diversas formas no mundo urbano moderno. Por outro lado, recebeu críticas pesadas que afirmavam que o roteiro é preconceituoso com os personagens. Qual foi a verdadeira intenção do Paul Haggis com o filme? Só ele sabe de verdade. Como o filme é compreendido depende de cada espectador.
O que não pode ser questionado é que Crash possui algumas cenas fortíssimas e belas. Dentre elas, existem duas inesquecíveis. Uma é a cena do acidente de carro com o policial forçado a lidar com seu preconceito. A outra é a cena do tiro.
Paul Haggis coloca dois personagens que sofrem muito preconceito, um por ter origens mexicanas, outro por ser persa. Um deles sofre tanto com isso que começa a ficar paranóico e através disso, a ser preconceituoso. Depois de um roubo a sua loja, Fahad vai até a casa de Daniel, o latino. Fahad tem certeza de que foi o Daniel quem roubou seu comércio e quer seu dinheiro de volta.
O que o persa não sabe, é que Daniel é um homem que leva uma vida correta e procura prover sua família apenas através de trabalho honesto. Antes tem uma cena linda de Daniel fazendo a filha ser mais confiante. Toda essa construção leva ao Fahad ameaçando o latino com uma arma. O resultado é emocionante.
É fácil quando o filme constrói um personagem tão cativante quanto Daniel e sua bela relação com a filha. Mas também por conta da ótima direção. Haggis coloca um grito mudo. Não se ouve o berro de Daniel após o disparo da arma. Ao contrário, a câmera faz uma aproximação rápida ao seu rosto com a trilha crescendo de uma vez.
É manipulador e melodramático. Mas é eficiente. Polêmico, mas ainda poderoso.
Funciona também porque temos o Michael Peña na interpretação de sua vida como Daniel Ruiz.
Fiquem com a cena.
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Dica da minha querida amiga, Juliana.
GERÔNIMOOOOOOOO…