2004 foi um ano bacana para o Vina de 16 anos. Como adolescente, ele era um grande fã de cinema comercial e naquele ano tudo parecia brilhante. Harry Potter chegava na adaptação do melhor livro (até aquele momento) com o Prisioneiro de Azkaban, o diretor de Independence Day fazia um grande filme catástrofe, o melhor filme de super-heróis estava prestes a estrear e este Tróia parecia um bom épico de guerra com as novas tecnologias de computação gráfica da época. Metade desses não se garante em retrospectiva.
Tróia, na ocasião, não se garantiu nem na segunda assistida. A adaptação do poema A Ilíada do Homero abre mão de qualquer conexão com o sobrenatural da mitologia grega para tentar fazer uma versão realista do texto grego. Em uma viagem diplomática, os príncipes de Troia, Heitor e Paris, viajaram para Lacedemónia (Esparta) para garantir a paz. Paris, o mais novo, acaba por se apaixonar pela esposa de Menelau, regente do país amigo, e a leva consigo na partida. Começa a famosa guerra que gerou o conto do cavalo de Troia.
Menelau e o irmão Agamenom chamam pelo maior guerreiro grego, Aquiles, para lutar contra Troia. Enquanto isso Heitor, o maior lutador troiano, precisa chefiar o exército para limpar a decisão, com a qual não concorda, do irmão mais novo. Cresce a noção de que um confronto entre Heitor e Aquiles seria uma das maiores batalhas possíveis. Durante uma luta entre exércitos, Heitor mata o primo de Aquiles enquanto ele usa a armadura do parente. Enfurecido, Aquiles parte para os portões de Troia para obter a vingança pessoal.
Tudo isso contado através de um roteiro mal escrito no qual os personagens repetem as mesmas explicações em diversas cenas consecutivas. Provavelmente tem a pior interpretação da carreira do Brad Pitt. Os personagens que ganham maior destaque são os menos identificáveis. O mais identificável morre no meio e é justamente àquele ao qual ninguém dá atenção. Então surge esta pequena pérola. Heitor e Aquiles duelam até a morte.
Por que ela é tão boa? Você já viu cenas de luta em filmes de ação recentes? Elas são filmadas com câmeras que balançam demais, com muitos cortes e coreografias que parecem mais dança que uma luta. É onde entra a habilidade de Petersen. Ele deixa o enquadramento aberto e estável para que seja possível para o espectador compreender todos os movimentos. Os cortes são pontuais para pequenas interações entre os dois. Nesses momentos, Peterson cria planos detalhes espertos, que aumentam a dramaticidade da luta. A coreografia, que utiliza as armas da época para aumentar o nível da luta, não parece com dança. Eles parecem estar com ódio honesto e a agressividade parece real.
Então fique aí, com o que é uma das grandes cenas de ação do cinema. Infelizmente ela está perdida aí no meio de um filme péssimo. [youtube=https://www.youtube.com/watch?v=AW256O1uK74]
GERÔNIMOOOOOO…
1 comentário em “Cenas que amamos – Tróia (Aquiles vs. Heitor)”