Um dos grandes filmes da Nova Hollywood, Sem Destino é um marco de várias formas. Foi a primeira direção de Dennis Hopper, a primeira produção de Peter Fonda, o primeiro grande papel de Jack Nicholson. Além de ser uma chacoalhada nos Estados Unidos do início da década de 1970. Na cena de abertura, a alegoria da cocaína guardada no tanque de gasolina pintado com a imagem da bandeira americana já esclarece que não se trata do típico cinemão estadunidense da época.
No entanto, é apenas com quase uma hora de filme que os personagens se questionam sobre a hostilidade que têm encontrado nas vias dos Estados Unidos. E o advogado carona vivido por Nicholson deixa claro. A subversão e o questionamento dos valores tradicionais os tornam incômodos para o resto da população. Eles poderiam viver o estilo americano, mas escolheram deixar os cabelos crescer, dormir no mato e não se importar em ter uma casa ou não.
Pode parecer errático e bobo, mas também é uma forma de dizer que não há apenas um jeito de viver. Na época, era a contra cultura. Hoje, os ripongas são mais respeitados, mas ainda recebem um tratamento negativo. A reflexão, ainda assim, permanece válida.
Veja a cena abaixo:
P.S.: Escolhemos este filme nesta semana em homenagem ao Peter Fonda, que morreu em 16 de agosto deste ano. Ele não ficou famoso apenas pelo papel no filme, mas por ter segurado a barra de Hopper, que ficou famoso por um comportamento destrutivo dentro e fora do set de filmagem.