Quando o Daniel Craig assumiu o manto de James Bond tantos anos atrás, havia a dúvida se esse semi-desconhecido seria digno. Hoje, ele é um dos favoritos no papel. Pelo menos, mais da metade dos colaboradores do site concordam com isso. Mas foi só no terceiro filme com o loiro que 007 tornou-se memorável.
Isso porque Sam Mendes, o diretor da vez, implementou um estilo todo dele para discutir algo que é questionável havia uma década, no mínimo: a relevância de grandes ícones “masculinos” como o James Bond. E o resulta foi um filme que soube dosar todos os lados da dúvida.
Por um lado, o lado heroico, quase de contos de cavalarias, do agente masculino e correto, ainda se mostra válido. Mas removendo toda a adoração à tal masculinidade. Aqui, James Bond não estupra mulheres, dá respostas lacradoras e salva o mundo com piadas.
Muito pelo contrário. Ele é alcoolista, não tem confiança na própria necessidade. E aqui, nesta cena extraordinária em que o vilão Silva (vivido extraordinariamente bem por Javier Bardem) é apresentado, a fama de conquistador sexual revela que ele pode ser bissexual.
Isso, é claro, com um discurso hilário e adequado do antagonista em um longuíssimo plano sem cortes em que a insanidade dele é apresentada pelas falas e pela forma como ele se contém nos passos e até na pose das mãos.
Nada de perseguições, tiroteios ou trocas de sopapos. A Cena que Amamos de 007 – Operação Skyfall é um diálogo bem dirigido, escrito e atuado. Veja abaixo.