Nas listas de grandes filmes de terror de 2018, Um Lugar Silencioso era quase obrigatório. A premissa, apesar de simples, cria um contexto novo para situações de medo. Criaturas cegas dominam o planeta ao caçar humanos através do som. A chave para a sobrevivência, não fazer mais barulhos.
Por ironia, a produção foi lançada próxima do suspense da Netflix, Bird Box. A rede, diga-se de passagem, viria a fazer uma quase cópia do filme com um elenco reunido com base em estrelas das séries do serviço, O Silêncio. No entanto, Um Lugar Silencioso se destacou pela qualidade e pela novidade.
E é possível ver como é a qualidade dele nesta cena inicial, quando a família sofre com um dos primeiros contatos com os seres assassinos. Principalmente porque o diretor John Krasinsky (também protagonista da cena) mixa o som para que ela seja subjetiva.
Quando o ponto de vista é do pai, há som. Quando é da filha surdo-muda, não. Assim, o espectador consegue sentir o horror da situação à medida em que ele se constrói de duas perspectivas diferentes. Primeiro o barulho do brinquedo percebido pelo pai. Depois a garota compreende que há algo errado nas reações da família, e pela luz da navezinha.
Até a corrida dele evoca um movimento de câmera que replica o olhar dele. E não há forma de revelar horror melhor que do ponto de vista da pessoa em desespero. Infelizmente, esse momento foi revelado antes nos trailers, porque merecia ser descoberto para o espectador de primeira viagem nos cinemas.
Veja abaixo.