O indivíduo na foto acima se chama Colin Stokes. Recentemente Stokes tem feito algum sucesso por conta da palestra que apresentou no TED. Pai de dois filhos e diretor de comunicações de uma escola beneficiente, Stokes achou importante tratar de um tema que veio à sua atenção enquanto apresentava filmes e produções artísticas para seus filhos.
Começa falando sobre como percebeu Star Wars e O Mágico de Oz enquanto os passava para os filhos. Então ele ficou preocupado com as imagens que os filmes passam tanto para meninas quanto para meninos. Os temas comuns de mulheres indefesas e as poucas mulheres independentes são levantados. Mas o grande foco de Stokes é a mensagem que os filmes passam para os homens.
Em filmes que seguem códigos de patriarcado, os homens superam os desafios sendo combatentes solitários e as mulheres são normalmente uma por filme servindo para ser salva ou para ser par romântico. Mas ele diz que existem filmes em que as mulheres assumem papel de combatente, tal qual os homens no patriarcado. E que esses exemplos não são realmente positivos.
De acordo com Stokes, quando uma pessoa age como combatente solitário tentando resolver seus problemas sozinhos, ela passa uma mensagem terrível. Em comparação, como um homem lutando sozinho pode ser melhor que qualquer pessoa que se una com outras, construindo ligações fortes, para superar desafios comuns?
Não é preciso pensar muito para percebermos que Stokes está certo. Muito tempo atrás vi uma discussão interessantíssima sobre o herói “escolhido”. Afinal de contas, uma vez em que se decide que um personagem está destinado a ser alguma coisa, como podemos considerar verdadeira sua coragem ou motivação?
O questionamento faz sentido. O conceito mais popular de herói é o do homem certo no lugar certo e na hora certa. Daí é fácil encontrar mil e um depoimentos de pessoas dizendo que o heroísmo surge quando uma pessoa se pega com uma escolha e sendo obrigado a fazer um sacrifício pessoal pelo bem de algo. Seja um ideal ou uma pessoa.
Então, se um personagem recebe a notícia de que foi escolhido para ser uma espécie de salvador, fica pré determinado que é justamente o que ele fará. Mas se esse é o caso, como ele vai fazer a escolha e o eventual sacrifício? Principalmente, se ele é o escolhido, deverá trilhar o caminho sozinho a partir de algum ponto.
Voltando aos exemplos que Stokes apresenta, O Mágico de Oz mostra a história de uma menina que supera adversidades ao formar amizades. Enquanto isso, Star Wars acompanha um garoto que descobre que está destinado a ser um herói, salva uma princesa e parte para derrotar o vilão sozinho.
Não é à toa que ele ficou preocupado com o que a filha e o filho estavam aprendendo com o cinema. Que pai gostaria de ter a noção de que, talvez, sua criança esteja recebendo mensagens que o ensine a ser um homem solitário, brutamontes e que considera mulheres como pessoas que servem apenas para ser salvas ou para casar no final? Sendo que poderia educar o filho a ser um homem com muitas amizades, tanto de homens quanto de mulheres, tratando ambos como iguais.
Para quem tem algum interesse em ver a palestra de Stokes, basta dar o play abaixo. [youtube=https://www.youtube.com/watch?v=ueOqYebVhtc]
FANTASTIC…