O conhecido popularmente como “golpe do baú”, tema que já foi abordado em diversas obras, entra em pauta novamente. Será que Como se Tornar um Conquistador consegue se destacar? Ou será apenas mais um do mesmo?
Um homem que conquistou uma mulher mais de três décadas mais velha e com uma grande fortuna, com quem acaba por ficar casado durante 25 anos, se divorcia (após levar “um pé na bunda”) e termina sem um centavo sequer. Sem ter onde morar, ele recorre à irmã que não vê há anos e com quem mal tem contato. Lá, passa a ter que dividir o quarto com o sobrinho, com quem cria uma relação e dá lições sobre como conquistar mulheres.
Como se Tornar um Conquistador é dirigido por Ken Marino (Família do Bagulho), com roteiro de Jon Zack (Nota Máxima) e o iniciante Chris Spain. Fazem parte do elenco os atores Eugenio Derbez (Não Aceitamos Devoluções), Salma Hayek (Frida), Rob Lowe (Vidas Sem Rumo), Kristen Bell (Veronica Mars), Raphael Alejandro (Once Upon a Time), Raquel Welch (Os Três Mosqueteiros de 1973), Rob Corddry (A Ressaca) e Michael Cera (Scott Pilgrim Contra o Mundo e Juno).
Um aspecto bastante interessante é a inversão de gênero no papel do personagem principal. É usual, na indústria cinematográfica, que as mulheres deem o “golpe do baú” ao conquistar pessoas mais velhas. No entanto, apesar de o “golpista” e interesseiro ser um homem neste filme, as mulheres ainda são inferiorizadas de algum modo, como é o caso de Sara (Hayer), a irmã de Maximo – que, inclusive, é a melhor personagem. Ela aparece, principalmente, em cenas que se passam dentro de casa. Fica claro que o filme tenta resolver ao colocá-la às vezes como uma arquiteta que tenta se impor, mas ainda assim o lar prevalece na totalidade.
Eugenio Derbez está bem no papel do protagonista e consegue proporcionar várias risadas ao espectador. No entanto, talvez as melhores partes em que ele aparece sejam nas de interação fraterna com a personagem de Salma Hayek, que resulta em momentos muito divertidos, e com o encantador sobrinho Hugo (Alejandro) – responsável pelo surgimento do real drama – que segue um curso previsível de acontecimentos – do longa.
Enquanto isso, bons atores são mal aproveitados. Kristen Bell, a eterna Veronica Mars, conta com um papel pra lá de bobinho. Já Rob Lowe, que um dia foi um ator respeitado, mostra mais uma vez que a própria carreira está decadente. O ótimo Michael Cera também é desvalorizado na pequena ponta que faz.
Como se Tornar um Conquistador é um filme divertido que não se destaca em relação as outros filmes com temática semelhante, mas também nem se propõe a tal. A fotografia é boa, mas não há nada demais. Uma boa pedida para quem quer se divertir sem ter que pensar demais, com um gostinho bom de latinidade.