Ben, Carter e Augie são os três únicos escoteiros de uma cidade pacata. Durante uma noite de acampamento, os três descobrem que a região sofreu uma infestação de zumbis e foi esvaziada pelo exército. Eles se juntam com a desconhecida Denise para ir buscar pessoas em uma festa que passou desapercebida pelos militares.
Zumbis estão na moda. Desde a reinvenção com Madrugada dos Mortos e Extermínio eles já correram, viraram itens obrigatórios da cultura pop, passaram a se comportar como formigas e até ganharam uma das séries de TV mais comentadas. Mas as limitações dos monstros impedem muitas inovações e o sub-gênero saturou. Já é um desafio inicial para os realizadores de Como Sobreviver a um Ataque Zumbi. O caminho escolhido foi fazer uma comédia com pequenos tons de besteirol.
Haviam dois caminhos para isso, abraçar a comédia do começo ao fim ou equilibrá-la com o horror. A escolha para o roteiro foi temperar o terror puro com momentos nonsense. Em meio a um ritmo que pega pesado no gore e sustos fáceis e bobos, quando uma piada rara surge, destoa e quebra o tom. Infelizmente, porque é quando o filme é totalmente besteirol que funciona melhor.
Gatos zumbis. Não há limite para as piadas.
Isso se dá em grande parte por conta da direção, que não sabe fazer cenas para o gênero mais sério. Força sustos fora de lugar, como na cena em que Carter é surpreendido por uma stripper zumbi que se esconde dele sem necessidade. Depois de muita correria chata e mal dirigida, os protagonistas encontram um zumbi perdido que é fã da Britney Spears. A cena é hilária, mas não condiz com o que foi feito antes.
Incomoda também as caricaturas que todos os personagens são. O trio principal é composto pelo cara normal levemente fora de lugar, o garoto louco pra transar pela primeira vez e o gordinho desajeitado e nerd. O interesse romântico de Ben, Kendall, é uma garota estonteante que anda com os populares babacas, mas é legal. Uma fantasia adolescente irreal. Ben, obviamente, prefere ficar com ela que com Denise, que é inteligente, autossuficiente e capaz.
Os zumbis mudam de acordo com a necessidade do roteiro. Eles são fortes quando é bom para a piada, rápidos quando o horror requer que eles alcancem alguém, lentos quando outra piada precisa. Eles não são coerentes com a mitologia fantástica construída. Os atores todos são eficientes, com exceção da atriz que tem o melhor personagem, Denise. Inexpressiva, ela lidera os melhores momentos com cara de mármore imutável.
Denise. A melhor personagem do filme é tratada como descartável.
Ao término, Como Sobreviver a um Ataque Zumbi não consegue ser o que promete: uma brincadeira divertida. Não tem ritmo. A parte que predomina, o terror, não funciona. A comédia é ótima, mas é escassa. O que deveria ser uma diversão intermitente e rápida se torna uma chatice arrastada.
ALLONS-YYYYYYYYYY…
Me convenceu a não perder tempo para assistir. hahaha