Um renomado elenco, cheio de vencedores e indicados a grandes premiações, se une para fazer uma comédia da terceira idade. Além de ter quatro personagens principais, o filme ainda tem fortes pitadas de romantismo. Confira abaixo se a ideia funciona.
Vivian, Diane, Sharon e Carol são amigas de longa data que se reúnem mensalmente para um clube do livro. Desta vez, a escolha da obra (Cinquenta Tons de Cinza) parece desnecessária, mas pode causar várias mudanças nas participantes. De bônus, antigos e novos interesses amorosos surgem nas vidas delas.
Jane Fonda (Amargo Regresso e Klute, O Passado Condena), Diane Keaton (Annie Hall), Mary Steenburgen (Melvin e Howard e De Volta para o Futuro 3) e Candice Bergen (Murphy Brown e Encontros e Desencontros) protagonizam o filme. Nos papéis dos coadjuvantes, estão Andy Garcia (O Poderoso Chefão III), Craig T. Nelson (Coach), Don Johnson (Miami Vice) e Richard Dreyfuss (A Garota do Adeus). O filme tem a direção do novato Bill Holderman, que coescreveu o roteiro com a também iniciante Erin Simms.
As risadas são garantidas durante a sessão. Constantemente, os personagens soltam comentários divertidos, seja pela identificação, pela referência (como a Werner Herzog e aos personagens de E. L. James) ou pela simples função de humor.
O elenco, como esperado, continua incrível. O papel de Diane Keaton lembra muito a Annie Hall (personagem desempenhada por ela em Noivo Neurótico, Noiva Nervosa), com aquela excentricidade, o que só faz o público amá-lo ainda mais. Fonda permanece no estereótipo de rica e bem sucedida que tem feito há alguns anos. E ele continua funcionando para a atriz.
Steenburgen entrega uma doce mulher com o desejo de reacender a chama do desejo entre ela e o marido. Já Bergen é a incrédula e amarga idosa responsável pelas cenas mais divertidas do longa-metragem, à medida em que vai aprendendo a sair da caixinha. Por mais clichês que as personagens possam parecer, funciona muito bem.
Do Jeito que Elas Querem é muito mais que uma comédia, apesar de fazer o espectador gargalhar constantemente. A obra é sobre uma jornada de aceitação, sobre se permitir ir além do que está acostumado e, sobretudo, o envelhecimento. O elenco fantástico só reforça a qualidade de um roteiro que, inicialmente, parece bobinho, mas acaba por se revelar um ótimo trabalho. Não é um filme apenas para passar o tempo no cinema; ele também é capaz de despertar reflexões.