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Entourage é um nome dado para grupos de pessoas que vivem ao redor de uma celebridade. São amigos que sobrevivem da relação com uma pessoa cujos dinheiro e popularidade abrem portas para certos luxos. O conceito serviu de base para uma série da HBO de oito temporadas focada na entourage do ator fictício Vincent Chase. O sucesso do show garantiu um ponto final para a franquia através deste filme.
Ari Gold (Jeremy Piven) se aposenta da carreira de agente de celebridades e consegue o cargo de executivo da Warner. Para o primeiro filme que deve organizar para o estúdio, ele contata o antigo cliente e amigo Vince Chase (Adrian Grenier) para estrelar a produção, mas ele só aceita se puder pegar o cargo de diretor. Prestes a terminar o filme, Vince precisa de mais dinheiro. O financiador do estúdio envia o filho Travis (Haley Joel Osment) para julgar o material e ele parece interessado em barrar a produção.
A série Entourage era muito elogiada pela representação do universo hollywoodiano com um humor que utilizava participações de celebridades reais através de grandes sacadas. Existe praticamente uma participação especial de alguém famoso por episódio. O filme tem que dar continuidade para o final da série, ter uma história fechada, manter o espírito dos personagens e o padrão de comédia e drama.
Ronda Rousey faz participação divertida.
Daí já tem um grande problema. Ele não se presta a fazer tudo isso com qualidade. Muito pelo contrário, o filme Entourage não passa de mais um episódio do show de TV. Um episódio longo. O diretor e roteirista do filme e criador da série, Doug Ellin, tem a trama principal e pelo menos um enredo paralelo para cada um dos amigos de Vince. O roteiro não tem foco real, as tramas são bobas e não criam identificação com os personagens da entourage em si. O protagonismo cai todo no empresário Ari Gold, que não apenas conta com o melhor intérprete, mas também com o melhor material.
Na verdade, a passividade de Vince e companhia chegam a ser irritantes. Ficam chateados e procuram fugas. Enquanto isso, Gold carrega toda a atividade sozinho. Vince fica triste e vai atrás de sexo com a modelo Emily Ratajkowski (que ficou famosa pela beleza no clipe Blurred Lines, em que mostrou os seios), o irmão mais velho se embebeda, um amigo caminha sozinho e abandona o carro na rua e o outro precisa que uma mulher o intimide a tomar ação. Ari, enquanto isso, se coloca em risco diversas vezes em nome do grupo.
Ari Gold lida com o antagonista Travis. Melhor parte do filme.
Não bastasse este roteiro desequilibrado, Ellin também se revela um péssimo diretor de cinema. Abusa da linguagem da série de TV que controlou por oito anos e arruína o ritmo fílmico da versão para cinema. Os cortes rápidos, os enquadramentos pobres e a falta de ambientação fazem com que a cadência da produção seja acelerada tal qual era a série em que cada episódio tinha 28 minutos. Num formato de uma hora e quarenta, porém, cansa e parece desfalcada.
Adrian Grenier parece estar com preguiça em todas as cenas. O resto da trupe (quase toda de desconhecidos) parece estar mais interessada em ser estereótipos de playboys descerebrados que em atuar. Haley Joel Osment se diverte com o antagonista Travis. Abraça o estereótipo que é forçado a interpretar e faz com que ele seja divertido mesmo quando a cena é séria. A estrela do filme, assim com da série, é o Jeremy Piven, que faz com que Ari Gold seja enérgico como um empresário estressado e ativo tem que ser. A energia passa dele para o filme e o aprimora.
Feito quase exclusivamente para os fãs da série. As piadas e as sacadas são divertidas e garantem os bons momentos da sessão, mas não dão conta de um filme que não sabe que é feito para a TV.
FANTASTIC…