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Épico? – 300

300

Os épicos encontram a linguagem de uma geração nova acostumada com videogames e quadrinhos. Resultado do encontro de duas mentes influentes e inventivas. Frank Miller resolveu recontar a história da batalha das termópilas com seu estilo pessoal em quadrinhos. Zack Snyder resolveu levar aquilo para as telas da forma mais fiel possível, repetindo até os mínimos detalhes dos desenhos do quadrinista.

Vale lembrar que, ao lado de Aníbal e Alexandre, o rei Leônidas ainda é considerado hoje um dos homens mais másculos da história. Miller não teve problema em exaltar essa característica. Ao mesmo tempo em que mistura elementos históricos com mitos como a árvore dos mortos.

Para levar a história tal qual ela é contada por Miller nos quadrinhos, Snyder usou imensos sets com fundo azul onde reconstruiu digitalmente a Grécia antiga com 65 milhões de orçamento. A palheta de cores douradas e contraste berrante foi acrescentada em pós-produção. O resultado são imagens belíssimas que realmente parecem ser de um mundo clássico estilizado.

O problema é que, ao colocar um grupo de atores diante de fundos azuis, Snyder faz com o escopo do filme fique menor do que realmente é. Considerando o que a batalha das Termópilas é para a história, ela fica parecendo pequena no filme. O que não impede as frases marcantes dos espartanos de soarem épicas, assim como seus feitos.

O que faltou para Snyder adaptar para o filme foi uma expressividade maior ao sacrifício de Leônidas. O diretor estava tão focado em fazer um filme com virilidade que deixou de lado a história como um todo. É um pecado recorrente dele.

Os últimos momentos do rei são bonitos. Demonstrando um homem com o pesar de levar pessoas queridas para a morte por conta de tradição e política. Mas ele o faz, não apenas por seu povo, mas por sua mulher e filho. Porém, com Snyder dirigindo, a graça é ver o Gerard Butler gritar frases como “Hoje à noite jantaremos no inferno.”

P.S.: 300 foi a estreia do Michael Fassbender no cinema. Musculoso e expressivo, é divertido ver o alemão se esforçando em cenas que não condizem muito com sua carreira recente.

Já chegou o Michael Fassbender voador...
Já chegou o Fassbender voador…

A verba garantiu qualidade?

Sim. Por mais que Snyder não tenha feito o melhor filme possível, o resultado estético impressiona bastante e o nível de testosterona é divertidíssimo e triunfante.

 

GERÔNIMOOOOOOO…

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