Épico? – Coração Valente

Quando se fala em épico, é difícil não pensar em Coração Valente. Esse troço fez tanto barulho no seu lançamento que na época era impensável falar mal. É o segundo trabalho do Mel Gibson como diretor. O primeiro é completamente desconhecido e esse aqui realmente parece como algo de um principiante. O que não necessariamente é negativo.

Gibson pegou 72 milhões de dólares, foi pra Escócia, reuniu grandes atores do país, forçou sotaque e filmou a história do icônico William Wallace. O resultado foi um dos filmes mais populares da década de 1990, muitos Oscars e o primeiro passo para o período em que Mel Gibson foi um dos nomes mais poderosos da indústria cinematográfica.

Hoje ele é reconhecidamente um grande maluco. Já chamou apresentador de TV de asshole em rede nacional. Quase foi preso ao dirigir embriagado e gritar para os policiais comentários anti-semitas. Ainda participou de um vergonhoso escândalo com uma namorada que admitiu publicamente que ele precisava bater nela para ficar excitado.

Maluco ou não, ele merece respeito. É um ator maravilhoso e dirigiu produções grandiosas e polêmicas como A Paixão de Cristo e Apocalypto.

Já vou admitir desde já que não gostava do filme na época do lançamento. Como criança, não conseguia entender como o mocinho podia morrer no final e as pessoas gostarem.

Hoje, mais maduro, fui vê-lo esperando a maravilha que todos ainda falam do filme. E o resultado não foi muito motivador.

Todos aqueles milhões de dólares foram usados para construir as ambientações medievais e pagar os inúmeros figurantes para as grandiosas cenas de batalha. A ideia é mostrar como Wallace foi um grande herói. Mas Gibson faz isso de forma tão maniqueísta que incomoda.

As batalhas são grandiosas? São, mas não possuem nada de especial. Os escoceses são um grupo de piadas ambulantes, os vilões são maus como o pica-pau. E o que mais me incomodou, uma homofobia implícita perturbadora.

A verba garantiu qualidade?

Não.

O que a verba garantiu?

Uma prova de que a maluquice do Mel Gibson não é de agora.

 

FANTASTIC…