Titanic foi um filme evento. Não como os filmes eventos de hoje. Para aqueles que não tiveram a oportunidade de experimentar a vida de 1997, Titanic é só um épico famoso. Para quem viu o fenômeno ocorrer, sabe do que estou falando. Sabe o que foram os meses de fila, as pessoas sentadas no corredor por falta de cadeiras nas salas de cinema, as adolescentes se acabando de chorar com o Leonardo DiCaprio.
O hype era tão grande, que falar mal de Titanic era tabu. Pessoas assistiam a bagaça cinco, seis vezes. Na época era normal achar cinemas com a inteira por oito reais, mas ainda assim, estamos falando de um épico de três horas de duração.
Titanic bateu o recorde de orçamento mais caro da época, sendo o primeiro filme a passar do orçamento de 200 milhões de dólares. Esse dinheiro foi usado para recriar o navio icônico em detalhes e o seu naufrágio. Tinha de tudo, tanques de água gigantescos, cenários estapafúrdios, maquetes detalhadíssimas, computação gráfica, direção de arte exuberante, submarinos, câmeras novas e um roteiro extremamente clássico.
A história se divide em duas partes, a construção do romance entre dois passageiros do navio e o naufrágio do ponto de vista dos mesmos. Cada parte come uma hora e meia da duração total. É uma escolha esperta por parte do James Cameron. Ele cria empatia com indivíduos e depois os coloca tentando sobreviver à tragédia.
Funciona muito bem nesse sentido. Tirando o fato de que o romance e os personagens parecem insossos, com direito a cenas constrangedoras. Jack, o protagonista, é um pobre e Rose, a mocinha, é uma garota de renome. Em certo ponto, ele vai para uma festa da alta sociedade e ela vai para uma festa da baixa. O maniqueísmo nessas partes é tão ridículo que dói de ver.
Ela vai se exibir para os pobres usando passos de balé e ele tenta se exibir para os ricos falando de suas aventuras. A forma como força a ideia de que os ricos são chatos e metidos e o pobres são divertidos e simpáticos incomoda. Assim como várias coisas do filme. O romance entre Jack e Rose é quase uma piada feita de clichês e estereótipos.
O filme decola com o naufrágio, desculpe o trocadilho. Convenientemente, o casal está sempre nos locais ideais para compreender os detalhes do evento. Estão no convés para ver o iceberg atingindo o casco, vão para as casas de máquinas para ver a água entrando aos poucos, passam pelo interior do navio para ver os compartimentos alagando, entram e saem dos botes salva-vidas e eventualmente testemunham a última parte do barco submergindo.
250 milhões gastos em construção de ambientação. Nem mesmo quando fez sua única viagem, o Titanic foi tão real.
A verba garantiu qualidade?
Não.
O que a verba garantiu?
Um filme suntuoso e grandioso, com um roteiro muito bem estruturado, mas falho.
FANTASTIC…
Discordo…discordo e discordo! Hahaha Sou apaixonada por Titanic. E mesmo não sendo mt fã de melosidades e historinhas de amor nos filmes, eu acho que a desse filme foi muito adequada. Existe mesmo esse maniqueísmo no roteiro, mas será que não existiu também na vida real? Pensa só: A ideia do “navio afundar por culpa do orgulho e arrogância ” não era real? o a descrição de Rose sobre como o “mundo dos ricos” era tão hipócrita e sufocante não era real? Acho que em parte sim e o mais importante: PRA ela era daquela forma! Fica entendido o recado principal, a personagem tinha a visão DELA sobre aquela vida e não gostava dela… Existe mesmo um certo exagero,claro, mas como produzir um filme desses sem exagerar?
Quanto a parte do casal estar sempre, convenientemente, nos locais certos, pra mim, é genial…mistura a ficção com o terror da “realidade”. Afinal, que graça teria se o navio afundasse na tela e não pudéssemos ver os detalhes, pq eles preferiram mostrar o casal em outro ambiente? Sem contar, que existem muitas cenas que mostram as outras pessoas e não o casal…
Adoro o filme e sei que isso já me torna suspeita para opinar sobre ele…mas juro que li seu post com a cabeça aberta hahaha!!
Hahahaha!
Ei, eu entendo. Acho o filme exuberante. Mas você falou a palavra correta. É exagerado. Só que para mim é exagerado o tempo todo, não apenas aqui e ali.
Mas você deu alguns excelentes argumentos.