Se você cresceu nas décadas de 1980 e 1990 pôde testemunhar as disputas de mercado de duas grandes empresas. Os fãs brigavam entre si, campanhas de marketing agressivas atacavam as concorrentes e todo mundo tinha uma preferência entre seus mascotes. Parece que alguém teve a ideia de contar essa história em forma de filme.
Antes que alguém fale que filmes de games são ruins, vale lembrar que se tratará de um filme sobre o mundo dos videogames e não uma adaptação de um jogo específico. Filmes que se focam nisso tendem a ser muito bons. Os dois que vem à cabeça são os documentários Indie Game: The Movie e The King of Kong.
O que faz com que os dois sejam tão bons é justamente o drama humano envolvido. O mercado de games envolve muitas disputas e corridas de lançamento. Tais disputas determinam vidas. Pessoas ficam ricas e pobres da noite para o dia e amam profundamente o que fazem e o motivo pelo qual participam dessas concorrências.
O legal de fazerem um filme em forma de ficção sobre o tópico é que com a ficção é possível criar cenas enaltecedoras e tocantes como os documentários não podem. Por mais que depoimentos emocionantes possam ser vistos em não-ficção, os diretores não podem prever quando seus personagens estão passando por conflitos importantes.
Os nomes envolvidos são interessantes. Além dos roteiristas/diretores Seth Rogen e Evan Goldberg, existe o produtor Scott Rudin. Os realizadores possuem um estilo pessoal muito próprio e estão em voga após o sucesso retumbante de É o Fim. A minha preocupação é que eles são muito bons em comédia. A disputa da Nintendo com a Sega é dramática, mas nas mãos dos dois pode virar um conjunto de gags ironizando com o vício daquelas pessoas e a futilidade de sua rivalidade.
Ainda assim, eles são bons roteiristas e sabem construir cenas. A Sony vem apostando nos dois. Tentou colocar Uncharted sob o cuidado deles e agora tem essa produção. Talvez com um produtor como o Scott Rudin vigiando os dois, o filme pode ser algo realmente muito bom.
Eu espero que isso seja incrível principalmente porque, ainda hoje, eu vejo reflexos dessa disputa em diálogos de profissionais de jornalismo que não conseguem esconder suas opiniões e ser objetivos quando tratam de peças criadas a mais de vinte anos atrás.
FANTASTIC…