Tem uma coisa que falo constantemente para as pessoas. Música não é a minha praia. É claro que gosto de ouvir música, como a maioria das pessoas. O que não gosto é de procurar e colecionar música. É uma escolha que tive que fazer na entrada para a vida adulta. Abri mão de acompanhar música e séries porque meus interesses residiam na área de cinema, histórias em quadrinhos, livros e videogames, o que já é muita coisa para uma só pessoa acompanhar. Mas de vez em quando algumas coisas passam pelo filtro, como as músicas do ator Troy Baker.
O ano de 2013 ficou marcado como um dos melhores da história dos videogames. Obras extraordinárias foram lançadas naquele ano, como Gone Home, Papers Please, GTA V e os dois mais celebrados, The Last of Us e Bioshock Infinite. O que os dois tem em comum é o ator que dá voz e personalidade para os dois protagonistas, Troy Baker. De repente Baker ficou famoso pelos inúmeros vídeos de bastidores de produção dos dois jogos em que revela o talento não apenas como ator, mas também como colaborador.
Como alguém que acompanha o mundo dos videogames, com frequência ouvia notícias sobre os novos projetos e jogos de Baker. Então escuto o jornalista da área, Caio Corraini, dizer que descobriu que Baker também é cantor e que sua música é excelente. Deixei a informação passar como sempre deixo notícias sobre a área passar. Até que, em um podcast com a participação de Corraini, o programa foi finalizado com a música What We Lost in the Fire, de Baker.
Foi o suficiente. Pausei a playlist de podcasts, que prefiro escutar a música, e entrei no spotify para verificar o nome de Baker. Encontrei um disco chamado Sitting in the Fire. E por duas horas não consegui parar de escutar o que ele produziu. Primeiro indignado com como esse cara não é apenas artista em duas áreas, como é um grande artista nas duas. Depois impressionado com o fato de que já estava criando uma lista com as músicas dele, que condizem muito com o meu estilo pessoal.
Propaganda do álbum de Baker no itunes.
A voz de Baker lembra muito a do Chris Cornell, um dos meus cantores favoritos, mas a semelhança não fica apenas na voz. Muito do estilo de ritmo e melodia da carreira solo de Cornell ou das músicas dele na banda Audioslave podem ser sentidos no disco de Baker. A grande diferença está no fato de que Baker faz músicas mais intimistas.
Algumas músicas são mais mainstreams, com banda completa, uma cantora convidada e estilo de rock. Outras são apenas longos solos instrumentais. E algumas ainda são apenas o ator/cantor cantando sozinho com um violão. Todas são boas em seu estilo diferente, mas não são necessariamente condizentes entre si. O que faz com que o disco possa ser visto como eclético. A primeira faixa se chama Overture, a do meio se chama Intermission e a última Epilogue. Existe uma linha de raciocínio ligando a ordem das músicas.
As minhas faixas favoritas são My Religion, Far Away, What We Lost in the Fire e a Epilogue, que é a versão de Baker para Will the Circle Be Unbroken, música principal de Bioshock Infinite. Recomendo fortemente tentar passar pela experiência completa do álbum de Baker.
ALLONS-YYYYYYYY…