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Frenesi

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Depois de uma longa carreira nos Estados Unidos, Hitchcock voltou para a Inglaterra para filmar um roteiro um pouco mais ousado quando ninguém lhe mandava nenhum argumento que levantasse interesse. Ele havia sido convencido a filmar antes Topázio, filme que repudiou fazer, assim como foi repudiado pelo público, pelo estúdio, pela crítica e até pelos hitchcockianos. Agora queria fazer algo realmente seu.

A história acompanha dois homens, um assassino serial e um outro inocente acusado injustamente. Os dois se conhecem, assim como conhecem também as vítimas que serão atacadas durante o filme. Dentro desse universo de personagens de Londres, Hitchcock constrói um mundo sobre os assassinatos.
Todos os diálogos são sobre as mortes, todas as pessoas estão envolvidas com as investigações. Mas ainda assim levam suas vidas ao redor dessa existência. O investigador está sempre pensando sobre o caso, ao mesmo tempo em que precisa lidar com o novo hobby da esposa, culinária francesa. Essa subtrama é também a coisa mais engraçada do filme.

O investigador. Uma das melhores coisas do filme.
O investigador. Uma das melhores coisas do filme.

O que mais incomodou foram as coincidências. O filme começa com o protagonista sendo demitido e indo pedir ajuda para a ex-esposa. Tudo isso vai gerar uma série de conveniências bizarras que atribuirão para que a polícia lhe culpe pelos assassinatos.
Os dois atores principais são bons, mas parecem fora de lugar. O homem inocente parece um troglodita maníaco, não cria muita empatia pela interpretação, só pelo roteiro mesmo. O assassino cria algo bem interessante. Quando está com mulheres é perturbador, mas parece fragilizado diante de outros homens. É algo bem interessante para um assassino tentando impor seu poder sobre as mulheres. Destaque para a cena em que ele é revelado e comete sua primeira morte, a angústia é enorme.
As atrizes brilham mais. Elas parecem personagens de crônicas políciais de jornais. Dão um realismo a mais para o universo que Hitchcock criou.
O diretor estava inspirado aqui. Cria algumas cenas maravilhosas. O segundo assassinato é realizado com uma sutileza muito interessante. O espectador já sabe desde o começo que ela vai morrer, então ele não se dá ao trabalho de mostrar, apenas deixa a ação sair de cena e se afasta mostrando na distância a casa onde o terror está acontecendo.
Quando não está desenvolvendo o suspense, ele continua a história com comédia. Ao invés de mostrar um julgamento que é importante para o desenvolvimento, ele acompanha um policial fora da sala que está interessado. O policial dividido entre o interesse e o trabalho é de rachar o bico, sem perder o interesse na trama principal.
Um filme divertidíssimo. Um dos que mais gostei dentre os que vi na mostra até o momento.
 
GERÔNIMOOOOO…

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