Recentemente, fui informado da seguinte situação:
“- Vamos assistir O Lado Bom da Vida?
– O Ri* não quer ver.
– Não é comédia romântica, caso seja isso que ele acha. Pelo trailer parece mas não tem nada a ver. É um dos melhores filmes concorrendo ao Oscar.
– É comédia romântica, sim! Ele ia ver comigo, mas viu que está como comédia romântica e desistiu.”
Eu até compreendo o preconceito com gêneros. Existem vários filmes que chegam a dar preguiça de ver. Mas as pessoas poderiam ao menos se dar ao trabalho de pesquisar um pouco mais sobre no que vão gastar algumas horas de suas vidas.
O Lado Bom da Vida realmente é uma comédia com muito romance. Mas também é muito mais que isso. É uma jornada de duas pessoas com problemas psicológicos sérios tentando encontrar um meio de lidar com eles. A comédia vem das ironias das situações levantadas e não de um romance conflituoso.
De certa forma, pode-se dizer que é uma comédia romântica porque é comédia e tem romance. Mas não é a típica comédia romântica. É profundo, sensível e inteligente. Ou como eu e minha amiga definimos, dramédia romântica.
É muito injusto classificar filmes por seus gêneros. Os filmes são maiores que isso. É como a eterna discussão sobre o que Star Wars é, fantasia ou ficção. É um pouco dos dois ao mesmo tempo em que é mais.
Ou vai me dizer que Fonte da Vida é ficção-científica? Há quem diga que é drama, que é filme de arte. Isso realmente importa?
Que tal revermos as indicações de filmes? Ou pelo menos complementarmos. Ao invés de termos apenas sinopse e gênero, colocaríamos também a proposta do filme.
Assim O Lado Bom da Vida apareceria da seguinte forma:
O Lado Bom da Vida – comédia romântica
Sinopse: Pat Solatano perdeu tudo: sua casa, seu trabalho, e sua esposa. Ele agora se encontra vivendo novamente com seus pais, depois de passar oito meses em uma instituição. Pat está determinado a reconstruir sua vida. Quando ele atende Tiffany, uma misteriosa garota com problemas, as coisas ficam complicadas. Tiffany se oferece para ajudar Pat a reconquistar sua esposa, mas somente, se ele fizer algo muito importante para ela em troca. (sinopse oficial)
Proposta: Representar a vida de pessoas que precisam aprender a lidar com problemas psicológicos, explorando um pouco as dificuldades comuns de tais problemas.
Sei que é uma proposta que não vai vingar. E mesmo que fosse colocada em prática, o tal do Ri do diálogo no começo do texto não leria tudo. Ele vai sempre procurar apenas pelo gênero, aquele enganador sem vergonha.
GERÔNIMOOOOOOO…
*mudei o nome verdadeiro do Ri para não causar nenhum problema com as pessoas reais daquele diálogo.
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