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Guerra dos Mundos

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Lembra de Guerra dos Mundos. O filminho do Spielberg com o Tom Cruise de 2005. Muita gente esqueceu dele. Inclusive eu. A adaptação do clássico do H. G. Wells para o mundo moderno deu o que falar na época. A grande parte dos falatórios era negativa.
Em revisão, o filme sobrevive bem a esses oito anos de idade.

Pai de família precisa proteger os filhos de seu casamento fracassado durante invasão alienígena. Tom Cruise dá rosto a Ray Ferrier, homem que vive como uma criança. Tem um emprego nas docas que sustenta seu estilo de vida e seus dois filhos possuem aspectos que indicam mais maturidade que ele.
A mais nova, Rachel, tem diversos problemas de ansiedade e alergias. O mais velho, Robbie, é um adolescente revoltado com o pai. Ela é vivida pela sempre espetacular Dakota Fanning. Ele pelo eterno Goku live action, Justin Chatwin.
A ex-mulher de Ray os deixa com ele enquanto viaja com o novo marido para Boston pelo final de semana. Quase um dia depois Nova Jersey, onde Ray vive, é invadida.
Spielberg dá tempo para que possamos ver Ray convivendo com os filhos e entender a dinâmica entre os três. Mas não tempo suficiente para entediar. Ray parece uma criança entre os filhos. A filha mais nova sabe melhor do que ele como entrar em contato com o irritadiço irmão. O filho sabe mais do que ele como cuidar da irmã.
Porém, quando uma máquina gigante sai do chão diante de Ray e começa a atirar raios que transformam tudo o que é vivo em cinzas, ele precisa tomar atitudes paternas para manter seus filhos em segurança.
A transformação de Ray em um pai adequado é o brilho aqui. Acontece aos poucos. No primeiro ataque, ele consegue praticamente arrastar os filhos consigo para a segurança. O filho não confia nele e a menina não consegue parar de chorar. Robbie é quem consegue mantê-la a calmo enquanto Ray assiste à interação dos dois sem entender nem participar.
Ao mesmo tempo, existe uma crítica contra a política bélica dos Estados Unidos. Assim que o primeiro ataque ocorre, a filha pergunta se foram os terroristas. Quando Ray fala que não é o caso, Robbie pergunta se foi a Europa. É a velha paranóia dos estadunidenses que faz com que todo o resto do mundo seja inimigo.
Enquanto Rachel só quer a mãe, Robbie quer se juntar às forças armadas e retaliar. Porque é isso que o país fez quando atacado, invadiu outro à procura de retaliação. Mas diante das forças alienígenas, todo o poder militar da grande potência é inútil. Ray assiste aterrorizado enquanto mísseis, granadas e qualquer outro tipo de arma falha nos escudos dos extraterrestres.

Nada derrota os poderosos tripods dos seres de outro mundo.
Nada derrota os poderosos tripods.

Assim que começa a invasão, o filme vira uma sequência de cenas extraordinárias. O primeiro ataque é uma sequência brilhante com Ray correndo como só o Tom Cruise pode fazer enquanto as pessoas ao seu redor viram pó. Existe a cena do ataque ao carro, brilhante. O trem em chamas, o rio de cadáveres, a chuva de roupas, a despedida de um dos filhos, o porão do homem alucinado (palmas para a incrível participação do Tim Robbins). É uma sucessão de cenas memoráveis.
São cenas de um suspense tão tenso que beiram o terror. Tom Cruise surpreende em demonstrar todo o desespero de um homem tentando salvar seus filhos. Em especial na cena em que percebe que está coberto com os restos de outras pessoas mortas.
O roteiro sacrifica um pouco do realismo para construir tudo isso. Em consequência, um monte de coisas ficam convenientes demais. Ray fica convenientemente na primeira fila para ver o alienígena surgir do chão. Convenientemente ele e sua família são sempre os únicos sobreviventes de cada ataque. Por conveniência ele é único a saber como consertar carros depois de um pulso eletromagnético. É tudo conveniente demais. Incomoda e deixa o filme um pouco bobo.
Mas é tudo em favor dessa construção de momentos brilhantes para fazer a crítica e a analogia de paternidade. Uma das pérolas esquecidas da década passada.
 
GERÔNIMOOOOOOO…

3 comentários em “Guerra dos Mundos

  1. Curti! 🙂
    Eu assisti e na época até achei divertidinho, mas conveniente, como dissestes. Vou ver de novo 🙂 Queria também assistir o antigo, tá na minha lista…
    Ah, e quanto a convenience, vamos combinar que tem horas que é necessária! kkk.. Tipo, tava pensando no Indy esses dias por causa do Sofá e daí é engraçado que tipo N pessoas com metralhadoras vão atrás dele e não acertam, mas ele acerta toda vez.. É conveniente, mas não menos divertido 😉

    1. É porque Indiana Jones não se leva tão a sério. Guerras do Mundo se leva e acaba perdendo um pouco o tom que quer passar. O Guerra dos Mundos original é um filmão também. Chega a ser uma crítica ainda maior que o do Spielberg.

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