Comecei a assistir à série Hannibal recentemente sem saber sobre o que ela trataria. Para minha surpresa, peguei diversas referências à mitologia do psicopata e como a série se encaixa na cronologia. Fascinado com a figura redescoberta do canibal mais famoso do cinema, da literatura e, agora também, das séries de TV, considerei a ideia de falar sobre o que é o personagem e suas diversas interpretações.
Se você não sabe o que é Hannibal, ou acha que trata-se do general cartaginês, ele foi um dos personagens centrais de uma quadrilogia de livros do escritor Thomas Harris. Hannibal Lecter é um psiquiatra com experiência na área cirúrgica. Também é um psicopata extremamente inteligente que usa o conhecimento médico para matar as vítimas, ludibriar os investigadores e satisfazer o hobby favorito, culinária. Ele remove partes dos corpos para fazer pratos sofisticados em banquetes para outras pessoas.
No primeiro livro, Dragão Vermelho, ele é capturado pelo consultor do FBI, Will Graham logo no início. Os dois trabalhavam juntos para dar assessoria em construção de perfis criminosos e auxiliavam as investigações dos próprios assassinatos de Hannibal. A trama do livro envolve a volta de Will ao serviço e a obrigação de voltar a trabalhar com Hannibal com este no encarceramento.
Bryan Cox como o canibal em Caçador de Assassinos.
A continuação, O Silêncio dos Inocentes envolve outra investigação com o auxílio de Hannibal nas investigações. Desta vez, porém, o investigador é a iniciante Clarice Starling, por quem Hannibal desenvolve um fascínio diferente. Ao final da obra, Hannibal consegue escapar da prisão. O que leva ao capítulo final, Hannibal, no qual Clarice se vê em uma situação complicada dentro do FBI. Para voltar a ser bem vista, ela é chamada para descobrir o paradeiro do canibal. O final é insano.
Alguns anos depois, Harris lançou uma prequência para a série. Hannibal, A Origem do Mal contava desde a infância de Hannibal até o início da carreira medicinal. Dragão Vermelho foi o primeiro a ganhar os cinemas com Caçador de Assassinos, do diretor Michael Mann, em 1986. Cinco anos depois foi a vez do Jonathan Demme realizar o famosíssimo O Silêncio dos Inocentes, com outro ator como Hannibal. Sai Bryan Cox e entra o Anthony Hopkins, que reprisaria o papel em Hannibal e no remake de Caçador de Assassinos, desta vez chamado apropriadamente de Dragão Vermelho e dirigido pelo péssimo Brett Ratner.
As três encarnações de Hopkins como Hannibal.
Como o livro sobre as origens do assassino foi lançado cinco anos depois, os produtores não demoraram para tentar ganhar mais dinheiro com outro filme da franquia que rendia tanto dinheiro. O diretor de Moça com Brinco de Pérola, Peter Webber, chamou Gaspar Ulliel para viver a juventude de Lecter. Dos quatro, apenas O Silêncio dos Inocentes foi realmente bem recebido pela crítica.
Gaspar Ulliel descobre os instintos assassinos em A Origem do Mal.
Todo meu entusiasmo com a franquia havia morrido em 2001, quando assisti ao péssimo Hannibal. Daí parei de acompanhar. Pelo mesmo motivo, não tive interesse em assistir à série Hannibal. Mesmo com um de meus atores favoritos, Mads Mikkelsen, como o assassino. Até que ouvi diversos amigos lamentarem o cancelamento, uma entrevista com o criador do show, Bryan Fuller, na qual ele explica como a mixagem de som foi realizada e descobri que o diretor David Slade estava envolvido. Com poucas expectativas, descobri uma ótima série de TV, que me prendeu e fez assistir mais de 6 episódios em poucos dias. Coisa que não acontece há muito tempo.
A dica final. Vale a pena descobrir O Silêncio dos Inocentes e a série, que receberá um texto aqui em breve. Thomas Harris romanceou demais o personagem depois do segundo livro, mas ainda se trata de um dos psicopatas mais interessantes do cinema. Se não for um dos maiores vilões da história.
ALLONS-YYYYYYYYY…
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