Sempre que encontro alguém que nunca assistiu a Indiana Jones, tenho o prazer de apresentá-lo. Prazer porque ver o filme desta forma é quase como vê-lo pela primeira vez. Também é bom porque pego um pouco da impressão da pessoa sobre o filme. Desta vez o apresentei para a patroa e foi muito satisfatório.
A história é clássica e simples. Professor de arqueologia atende pedido da CIA e parte em busca de pistas da Arca da Aliança antes que os nazistas a encontrem.
A graça não é a história em si, mas os personagens e suas interações enquanto correm para conseguirem a relíquia. Tudo com a incrível direção de um Steven Spielberg no seu ápice.
O diretor era um grande fã de aventuras pulp que existiam em cinesséries da década de 1930. Quando viu 007 contra Goldfinger nos cinemas, resolveu que queria fazer um James Bond porque o personagem correspondia àquele estilo. Mas recebia muitas recusas. Quando se abriu sobre o assunto com o amigo George Lucas, ouviu dele a dica. Ao invés de fazer um 007, talvez fosse melhor criar um novo personagem que seria completamente dedicado ao tipo de filmes pulp pelo qual Spielberg era tão fascinado.
Surgiu Indiana Jones, cujo nome vinha de um cachorro da infância de Lucas. Ele é um arqueólogo que se mete em tumbas e catacumbas em busca de relíquias antigas. Suas vestimentas não são arrumadas se comparadas com seus elegantes inimigos. Quando se mete em um problema, a ação vai escalando. Sai de uma situação de perigo para entrar em outra logo em seguida e sempre tem uma mocinha ao seu lado.
Spielberg e Lucas se reuniram com o roteirista Lawrence Kasdan e juntos idealizaram a história. Kasdan finalizou um dos melhores roteiros já feitos, Lucas produziu e Spielberg dirigiu. O resultado é histórico.
Indiana Jones é uma aventura no melhor estilo da palavra. Rápido, violento, divertido, equilibrado, bem dirigido. Quase impecável. Aqui e ali existem alguns problemas mais relacionados ao período em que o filme foi feito. Nada relevante.
Spielberg cria uma situação gigante da qual Jones precisa escapar, então coloca um close no rosto de Harrison Ford mostrando as reações maravilhosas dele ao absurdo do que acontece ao seu redor. Tudo com enquadramentos grandiosos, piadas colocadas no lugar certo e a escala dos eventos aumentando.
Em certa cena, Jones tenta entrar escondido em um avião. Então um soldado nazista o vê. O escopo vai aumentando tanto que a cena termina com o avião explodindo, três nazistas mortos e Indiana saindo de cena arrastado por baixo de um caminhão.
Tudo isso com o personagem interagindo com seu interesse romântico, Marion, com o parceiro, Salah, ou com o rival Belloq. Sempre com diálogos bem escritos e personagens interessantes, por mais que sejam estereotipados.
Os atores são excelentes. Harrison Ford dispensa comentários. Karen Allen como Marion é apaixonante. E o britânico Paul Freeman faz um Belloq que equilibra elegância e eloquência com muita perversidade e ganância.
Não à toa, um dos grandes clássicos do cinema. Merece todo o destaque e adoração que recebe. Talvez só não merecesse a última continuação que recebeu.
GERÔNIMOOOOOOOOOO…