Clássico do cinema catástrofe da década de 1970, Inferno na Torre é mais uma das grandes produções do homem por trás dos maiores filmes do gênero, Irwin Allen. Naquele período, por algum motivo, filmes com pessoas passando por alguma emergência em escala gigante davam muito dinheiro. Dentre eles, Inferno na Torre é considerado por muitos como um dos melhores.
No dia da inauguração de uma torre fictícia com 135 andares, o arquiteto descobre que os cuidados de segurança que propôs não foram seguidos durante a construção e acaba testemunhando sua grande obra pegar fogo enquanto 300 convidados ficam presos no salão de festas do último andar.
Se existe um filme apropriado para dizer que uma produção datou, este filme é Inferno na Torre. Em 1974, ele deixou as salas de cinema aterrorizadas com o horror do incêndio gigante. Hoje, praticamente tudo no filme não faz mais tanto sentido para os espectadores. Tirando é claro, o medo de estar naquelas situações.
Como o prédio nunca existiu na vida real, uma maquete enorme foi construída em uma locação distante. Essa maquete foi fotografada e filmada por diversos ângulos para depois ser encaixada na cidade de São Francisco. As imagens no filme ainda impressionam em diversos momentos. Em outros, os recortes e os fundos projetados ficam óbvios. Principalmente nos momentos mais impossíveis da trama, como a cena em que uma escada desaba embaixo do arquiteto e ele desce alguns andares rolando pelos corrimões ou a cena em que um helicóptero resgata um elevador.
A proposta do filme era fazer uma crítica à sociedade americana da época. Ela não dava valor aos perigos de incêndios urbanos e aos bombeiros. Daí surgem mil e uma cenas expositivas como um bombeiro falando coisas como “Vocês sabem que não conseguimos combater incêndios acima do sétimo andar e ainda assim vocês os constroem cada vez maiores.”
Entre as cenas de ação e tensão e os discursos de raiva dos bombeiros, entram as tramas humanas. O filme acompanha diversas histórias. O arquiteto lidando com a culpa do que aconteceu junto dos construtores e engenheiros, o bombeiro tentando salvar o prédio e as pessoas lá dentro, uma família esquecida em um apartamento no meio do edifício, um casal que se escondeu para fazer sexo e muito melodrama no meio.
O arquiteto e o bombeiro. Heróis do filme.
Melodrama é a palavra de ordem. Um casal na festa está preocupado com morrer e deixar a filha sozinha, então eles tem um diálogo sobre nunca terem informado a garota sobre onde guardam as economias. Não é exatamente ruim, mas o estilo de atuação da época não aparenta tão natural atualmente. E quando a situação é melodramática, o choque fica mais forte.
Ainda assim, a demonstração do desastre é inteligente. Nem sempre os personagens mais carismáticos ou de boa índole vão sobreviver. Alguns até vão sair de cena com mortes terríveis deixando um gosto amargo. Seja o senador que prejudica a própria segurança para salvar pessoas ou uma senhora solitária que acabou de encontrar um possível companheiro.
Aqui é onde entra a característica que mais gosto em filmes catástrofes, o elemento humano. Um homem revela seu verdadeiro caráter quando se encontra em uma situação limite. As mais extremas normalmente são com prédios caindo, navios afundando e todos esses tipos de horrores. Quando as pessoas estão tentando sobreviver, alguns vão se revelar egoístas e terríveis, outros se sacrificarão em nome do bem geral. Nessas horas, opiniões políticas, religiosas e de qualquer outro tipo não fazem diferença. Assim como classe social e poder financeiro. A morte é incorruptível, não julga e não toma partidos.
É uma bagunça bem orquestrada. São muitas histórias paralelas que não se perdem em meios às cenas de ação que, na época, eram espetaculares. Hoje em dia, grande parte da graça foi perdida com a melhoria dos efeitos especiais, da segurança em prédios e dos estilos de interpretação.
Na lista de atores, nomes clássicos de Hollywood como Steve McQueen, Paul Newman, William Holden, Faye Dunaway, Richard Chamberlain (a pior coisa do filme), Fred Astaire, O. J. Simpson (vinte anos antes de sua prisão), Robert Vaughn e Robert Wagner.
Mesmo com todos os problemas da idade do filme, Inferno na Torre ainda é muito superior a diversas produções do gênero nos dias de hoje que pessoas como o Roland Emmerich se metem a fazer. O filme possui cenas de ação tensas, com direito a muitas emoções fortes. No meio delas, constrói empatia pelo sofrimento daquelas pessoas. É, talvez, o melhor filme catástrofe já feito.
ALLONS-YYYYYYYYYY…
Oi:
Legal o blog!
O descobri ao procurar por INFERNO NA TORRE EMOÇÃO. E há mesmo…
Mesmo para tal época/onde os recursos não eram dos melhores.
Muito se comenta sobre um REMAKE e quem poderia refazer.
Chguei a me comunicar com uma pessoa que parece ter tido a ver com tal produção (de nome TONY PIAZZA). E postar COMENTÁRIOS sobre o filme.
Na versão dublada, muito mais tocante: ainda mais no final; aquela cena do gato – uma MANTEIGA EVAPORADA (nem seria DERRETIDA…risos!).
Reparo algumas gafes no filme: como podem ser vistas em quaisquer produções, e em sites destes_tais erros são abordados.
Aquela música do tal casal que morre não teria muito a ver com a cena (creio eu). E há uma falha notória na morte da tal LORRIE (secretária).
O tal elevador panorâmico tinha umas BOLINHAS (talvez LUZES DE ILUMINAÇÃO) no início e depois tais não aparecem (como na hora da fatídica explosão).
Há um vídeo onde um cara francês JUNTA CENAS DO FILME E CENAS ATUAIS (tipo ONDE FOI FILMADO)… Emocionante mesmo!
Talvez se visse tal no cinema, teria que ficar um tempo neste PARA ME RECUPERAR: difícil alguém não ficar mexido neste.
Até,
Rodrigo
Olá Rodrigo,
Que bom que você gostou do blog. Principalmente de um post sobre este filme. Quase ninguém leva filmes antigos a sério. Também fiquei emocionado quando vi o filme pela primeira vez. Na época deve ter sido uma experiência e tanto assistir no cinema. Impossível não notar que a Lorrie está tampando o nariz quando pula pela janela.
Seja bem vindo ao blog e espero que você fique mais um pouco.