Intriga Internacional

Um dos maiores sucessos de Hitchcock, Intriga Internacional foi sua tentativa de realizar um filme divertido após a seriedade de Um Corpo que Cai. A brincadeira com espionagem e vários momentos de flerte com sexualidade acabou virando uma das grandes influências sobre o que viria a se tornar o James Bond.

Publicitário rico e estiloso de Nova Iorque é confundido com outro homem. Após tentativas de assassinato e muitos enganos por parte das autoridades, ele acaba viajando pelos Estados Unidos atrás de pistas que poderão livra-lo das incriminações injustas.
O personagem Roger Thornhill é sequestrado com menos de dez minutos. Daí seu drama é contínuo. Seja com a tentativa de assassinato por parte dos vilões, seja com a polícia dando ele como criminoso. A trama de espionagem ocorre por conta de um segredo que não é explicado. Um criminoso está saindo impune, o seu crime nunca é revelado.
Vinte minutos e o pobre Thornhill é dado como assassino e descobrimos que George Kaplan, o espião com quem é confundido, não existe. O publicitário não sabe disso, por isso segue atrás do homem junto com os vilões.
Ele usa terno elegante, é galanteador, esbanja dinheiro e não se importa de abandonar suas preocupações de escopo maior para conquistar uma mulher bonita que cruza seu caminho. Se não fosse a carreira, seria o próprio 007.
O tempo dado para a sequência da viagem de trem se assemelha muito ao ritmo dos 007 com o Sean Connery. As falas absurdamente cafonas e as inúmeras reviravoltas não soariam estranhas em um Goldfinger.
A diferença é que com Hitchcock na direção, o filme é muito mais divertido. É um ótimo blockbuster. Tem a clássica cena da perseguição do avião através de uma área rural. A clássica cena do Monte Rushmore. Todas elas seriam facilmente protagonizáveis pelo Sean Connery.

É um grande pacote de diversão. Tem um misto de ação, suspense e comédia sem parar.
Cary Grant está extremamente bonachão, se divertindo com seu papel descontraído. A Eva Marie Saint é adorável como a misteriosa loira que cruza seu caminho.
O filme datou muito. Algumas coisas simplesmente não funcionam mais. O acidente do avião contra o caminhão é ridículo. A forma como a polícia trabalha é risível. E o bronzeado infinito de Grant incomoda. Sério, esse cara era bronzeado demais.
Divertidão, mas não chega nem perto de ser um dos mais memoráveis do diretor.
 
ALLONS-YYYYYYYY…