Texto da Marcela Rodrigues
Renée Zellweger, nos últimos anos, tem chocado a todos pela sua transformação corporal e o seu hiato das telonas para cuidar melhor da sua saúde mental. Após cinco anos afastada, ela retornou com a sequência de um de seus grandes sucessos, O Bebê de Bridget Jones (2016). Agora, com Judy, além de mostrar novamente sua capacidade vocal, como havia feito em Chicago (2002), fica evidente o quanto ela é merecedora de sua indicação ao Oscar de melhor atriz.
Engana-se quem pensa que verá um filme sobre a vida glamorosa da grande estrela do cinema Judy Garland e toda a sua trajetória ao estrelato desde que era uma adolescente. Na verdade, se trata do auge da sua decadência, onde tem que fazer a difícil escolha de se afastar dos seus filhos e seguir uma exaustiva turnê de shows na Inglaterra, já que não conseguia mais trabalho nos Estados Unidos. O longa retrata o lado sombrio que havia em Hollywood nos anos 30 e 40 (o que a fez adquirir vício em drogas muito jovem), e os abusos que sofreu pelos manda chuvas da carreira dela.
É impressionante o primeiro momento em que surge Zellweger caracterizada de Garland, com um visual a que não estamos acostumados em vê-la e incorporando tão bem os trejeitos da grande estrela (como o seu famoso biquinho). É quase difícil de reconhecê-la, e não é à toa que o filme também recebeu uma indicação ao Oscar de melhor maquiagem. Porém, é quando começa a cantar, que nos faz arrepiar. Rupert Goold, o diretor, teve uma boa sacada em fazer essas cenas em plano sequência, desse modo, dando mais destaque à grande performance apresentada por Judy Garland no palco.
Judy – Muito Além do Arco-Íris é um filme que vai emocionar a todos ao mostrar os sacrifícios que ela teve que fazer para conseguir manter sua carreira, a dimensão do seu talento, e o quanto era adorada pelo público. Mesmo para aqueles que não são familiarizados com o seu trabalho, essa é a oportunidade perfeita de conhecer e passar a admirá-la.